"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 18 de setembro de 2012

BICHINHOS DE ESTIMAÇÃO


Levei-as para um banho, exame de sangue para ver se não tinham doenças, e mandei castrá-las. Agora elas contam para os amigos que são donas de um casal de aposentados.
Mas eu acabei falando do que não queria.

A intenção era contar a história do meu vizinho de chácara, que vivia sozinho. Decidiu que sua vida seria melhor se ele tivesse um animalzinho de estimação como companhia. Assim, ele foi até a loja de pets e falou ao dono que queria um bichinho que fosse incomum

.
Depois de um tempo conversando, chegaram à conclusão que meu vizinho deveria levar uma centopéia. Seria mesmo um bichinho incomum, um bichinho tão pequeno, com cem pés. Realmente, um bichinho muito incomum.

A centopéia veio dentro de uma caixinha branca, que seria também usada para ser sua casinha.
Levou a caixinha com o bichinho para casa, achou um bom lugar para colocar tão pequenina caixa e decidiu que o melhor começo para sua companhia seria levá-la até o bar para tomar uma cervejinha.
Então, perguntou à centopéia, que estava dentro da caixa ainda fechada:

– Gostaria de ir comigo até o bar do Mané tomar uma cervejinha? Mas não houve resposta de sua nova amiguinha. Esperou um pouco e tentou de novo:

– Que tal ir comigo até o bar tomar uma cervejinha?

De novo, nada de resposta. Isso o deixou meio chateado. Esperou mais um pouco, pensando e pensando sobre o que estava acontecendo.

Decidiu perguntar de novo mas, desta vez, chegou bem perto da caixinha e gritou:

– ÊI, VOCÊ AÍ! QUER IR COMIGO ATÉ O BAR TOMAR UMA CERVEJA?

Como estava bem perto da caixinha, ouviu uma vozinha baixinha:

– Puta que pariu! Eu já ouvi desde a primeira vez, porra. Estou calçando os sapatos!

18 de setembro de 2012
magu

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