"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 18 de setembro de 2012

GURGEL ANALISARÁ DECLARAÇÕES DE VALÉRIO SOBRE ENVOLVIMENTO DE LULA APÓS JULGAMENTO DO STF


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse meia dúvida de palavras sobre as declarações atribuídas a Marcos Valério. Afirmações que empurram Lula para dentro do escândalo do mensalão.

Gurgel informou que tratará da novidade apenas depois da conclusão do julgamento do STF. Segundo Valério, Lula não só sabia do mensalão como tomou parte de reuniões em que o esquema foi debatido.

O procurador-geral afirmou que tais declarações não interferem no julgamento em curso. “Mas, a partir daí, pode surgir material, eventualmente, para a instauração de outro inquérito.”

Gurgel avalia que, “nesse momento, não seria adequado” abrir nova frente de apuração.” Leva o pé atrás. Diz que declaracões de Valério “têm de ser sempre tomadas com muita cautela.”

Por quê? “Não se sabe exatamente que tipo de jogo está sendo feito neste momento. Marcos Valério deixou muito claro que é um jogador. É preciso ver, então, que tipo de jogo ele está tramando.”

A despeito da reserva, o procurador-geral disse que, concluído o julgamento do mensalão, vai “examinar os outros aspectos.” Acha que “não é bom misturar as duas coisas. As declarações dele não podem interferir nesse julgamento.”

Acrescentou que Valério pode firmar com o Ministério Público um acordo de delação premiada (confissão de crimes em troca de proteção e reução de penas). Algo que só seria possível num novo inquérito.

Explicou que eventual investigação contra Lula não correrá no Supremo. Como ex-presidente, ele já não dispõe da chamada prerrogativa de foro. “Já temos diversos procedimentos no primeiro grau (primeira instância do Judiciário) e isso pode ser examinado lá.” Gurgel repisou: “Mas, nesse momento, o fundamental é a conclusão do julgamento.”
 
18 de setembro de 2012
Por Josias de Souza- Uol Notícias
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário