"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 21 de junho de 2013

FEIJÃO CARIOQUINHA JÁ ACUMULA ALTA DE 44,17% NO ANO. É A INFLAÇÃO DE DILMA

Alta do feijão preocupa governo.  Governo estuda liberar a importação do grão para conter escalada dos preços
 


Supermercado do Rio
Foto: Rafael Andrade / Arquivo
Supermercado do RioRafael Andrade / Arquivo


A preocupação da equipe econômica com a inflação de alimentos está longe de acabar. Embora o conjunto desses itens esteja pressionando menos os índices de preços devido à entrada de algumas safras no mercado, produtos importantes na mesa dos brasileiros, como o feijão e o leite, ainda são um problema para as famílias. Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está avaliando com seus técnicos a possibilidade de elevar as cotas de alguns produtos para que possam ser importados de fora do Mercosul com alíquota zero. O feijão, considerado o maior vilão do momento, é o primeiro da lista.
 
A medida já foi adotada em abril para o trigo, que estava com os preços altos e não podia ser mais importado da Argentina, principal fornecedor do Brasil, devido a uma quebra de safra no país vizinho. Assim, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aumentou a cota de um milhão para dois milhões de toneladas até 31 de julho.
 
— O problema dos alimentos é que cada hora um dá dor de cabeça — afirmou um técnico.
 
LEITE EM PÓ JÁ SUBIU 9% ESTE ANO
 
Com a safra prejudicada pela praga da mosca branca, algumas variadades do feijão estão custando caro. O carioca, por exemplo, subiu 7,23% em maio, acumulando uma alta de 44,17% no ano, segundo dados do IBGE.
 
Assim, o governo já decidiu que vai importar o produto. A Argentina seria o principal vendedor, mas pode não ter volume suficiente para atender à demanda interna no Brasil. Por isso, avalia-se comprar feijão de fora do Mercosul e colocar o produto na lista de itens com alíquota zero. Sem a redução da alíquota, o Imposto de Importação pressionaria os preços do produto.
 
Outra preocupação é com o leite em pó. O produto teve alta de 3,17% em maio e já acumula no ano uma inflação de 9,09%. O principal motivo é que os produtores brasileiros estão aumentando os preços para acompanhar o mercado internacional. A Nova Zelândia, maior produtor de leite em pó do mundo, teve a pior seca dos últimos 70 anos no verão passado.
 
Se for preciso recorrer a outros mercados fora do Mercosul para segurar os preços do leite no mercado nacional, o produto também será incluído na lista de exceção e terá a alíquota de inportação zerada.
 
O governo tem adotado medidas para elevar a produção de alimentos e evitar a escassez de oferta que impacte a inflação. Esta semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou o limite de crédito de custeio do Plano Safra 2013/2014 para produtores das culturas de tomate, batata inglesa, cebola, feijão, mandioca, legumes e verduras de R$ 800 mil para R$ 2 milhões.

21 de junho de 2013
Martha Beck - O Globo

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