"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 1 de dezembro de 2012

EM REAÇÃO A RECONHECIMENTO PALESTINO, ISRAEL DECIDE AMPLIAR ASSENTAMENTOS

 

Um dia depois de as Nações Unidas reconhecerem a Palestina como Estado observador não membro da ONU em votação histórica na Assembleia-Geral em Nova York, o governo de Israel anunciou a construção de mais 3.000 casas em assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. A decisão do governo do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, foi criticada pela administração de Barack Obama, que qualificou a atitude como contraproducente para o processo de paz.
 
Nas Nações Unidas, os Estados Unidos estiveram no grupo de oito países que, juntamente com Israel, votou contra o reconhecimento do Estado palestino. A favor, foram 138 países, incluindo o Brasil, e 41 optaram pela abstenção. ”Nós reiteramos nossa oposição às construções nos assentamentos e em Jerusalém Oriental”, disse o porta-voz Tommy Vietor, do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. “Reiteramos que essas ações são contraproducentes e deixam ainda mais difícil a retomada das negociações para atingirmos a solução de dois Estados.
 
Negociações diretas continuam sendo nosso objetivo e encorajamos os dois lados a darem passos para chegarmos a esse objetivo com mais facilidade”, acrescentou depois do anúncio israelense. Desde a administração de George W. Bush, o governo americano vem pedindo para Israel congelar a construção de mais unidades habitacionais nos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
 
Na semana passada, o governo Obama havia advertido Israel para não anunciar essas construções em resposta à iniciativa apresentada pelos palestinos nas Nações Unidas em busca do reconhecimento. Ao todo, cerca de 500 mil israelenses vivem nestas regiões em meio a 2,5 milhões de palestinos. As novas casas serão construídas em uma área conhecida como E-1, em Maaleh Adumim, no subúrbio de Jerusalém.
 
Na prática, essas construções impedirão a existência de um território contínuo de cidades como Belém e Ramallah a Jerusalém Oriental, servindo como uma barreira para aproximar a parte árabe da cidade ao restante do território palestino. Israel considera Jerusalém sua capital indivisível. Os palestinos reivindicam a parte oriental da cidade, majoritariamente árabe cristã e muçulmana, como a capital de seu Estado.
 
Os Estados Unidos defendem que o status final da cidade, considerada sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, seja definido em negociações entre os dois lados e mantêm as suas embaixadas em Tel-Aviv e Ramallah.
(…)
 
Por Gustavo Chacra, no Estadão:
01 de dezembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

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