O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, assinou a ordem que ampliou os poderes de José Weber Holanda dentro da AGU (Advocacia-Geral da União). Weber, tido como o ex-braço direito de Adams na instituição, é acusado de envolvimento no esquema de venda de pareceres públicos para empresários.
Em entrevista anteontem, o ministro havia dito que Weber “não tinha poder de decisão” na AGU, omitindo que o havia designado como substituto do número dois do órgão, com poderes de nomear, exonerar, aprovar custos de eventos e revogar decisões do próprio Adams, o que ele fez.
Essas atribuições eram, até a portaria assinada por Adams, exclusivas do secretário-geral da Consultoria da AGU, cargo considerado o segundo mais importante na hierarquia do órgão e ocupado por Fernando Luiz Albuquerque Faria. Indiciado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, Weber foi exonerado do cargo de confiança que ocupava na AGU.
Na quinta-feira passada, ao admitir que nomeou Weber mesmo ciente de que ele já respondia a um processo mais antigo que estava trancado na Justiça, Adams justificou as funções dele no órgão: “Eu não tinha preocupações maiores porque ele [Weber] não é chefe, não tem hierarquia. Ele não tinha poder de decisão”, afirmou o ministro na entrevista.
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Por Dimmi Amora e Andreza Matais, na Folha:
01 de dezembro de 2012
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