"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O BODE GALEGUINHO FOI SUMARIAMENTE DEMITIDO!

 

O bode Galeguinho perdeu o emprego por excesso de dedicação ao trabalho. Incumbido de vigiar a casa deserta em Natal que fingia abrigar a direção da Bonacci Engenharia e Comércio, só Galeguinho estava por lá quando apareceu o repórter Leandro Colon, da Folha de S. Paulo.

No dia seguinte, o Brasil sabia que o simpático bode era o único funcionário visível a olho nu da empresa pertencente a Aluizio Dutra, assessor do deputado Henrique Alves, premiada com R$1,2 milhão em verbas orçamentárias.

Exemplarmente discreto, Galeguinho não concedeu entrevistas, nem fez qualquer revelação que engordasse os prontuários dos superiores hierárquicos. A foto reproduzida abaixo foi suficiente para piorar-lhe a vida.

Sumariamente demitido, também perdeu o direito de pastar no quintal da casa.


Os protagonistas da patifaria continuam sem motivos para perder o sono. Henrique Alves continua candidato ao comando do Feirão da Bandidagem. Aluizio Dutra deixou o cargo no Congresso e gasta em sossego o dinheirão que embolsou. Ao tirar o bode da casa, a dupla deu o caso por encerrado.

Não está. Dos personagens dessa história muito mal contada, só Galeguinho é inocente. Nem precisa contar tudo o que viu para que os culpados sejam devidamente enquadrados. Basta que a polícia e o Ministério Público cumpram seu dever.

22 de janeiro de 2013
 Augusto Nunes

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