"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A PACIFICAÇÃO DE DILMA

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decola 2

A presidente Dilma disse quinta-feira no Piauí que 2013 será “o ano do crescimento sério, sustentável e sistemático“.
Com isso reconheceu implicitamente que o crescimento exibido até aqui não foi nem sério, nem sustentável, nem sistemático.

Agora, quer reduzir os encargos sobre o trabalho e outros impostos “em todos os setores da economia” ou, ao menos, “naqueles que o desejarem”. Mas não disse uma palavra sequer sobre onde vai cortar os gastos hoje sustentados pelos impostos de que pretende abrir mão.
Eu acredito até que é sincero o esforço de Dilma na economia.

Os objetivos que lhe apontam os seus empresários amestrados e as medidas receitadas para obtê-los estão corretas. O problema é a “mentalidade revolucionária” que parece acreditar que para mudar a realidade basta apontar-lhe uma arma.

Sem a outra ponta da equação resta ao dr. Mantega o triste papel que ele tem desempenhado, tentando convencer a patuléia de que para resolver o problema do aquecimento global basta chegar uma pedrinha de gelo na ponta do termômetro.

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decola

Filha e neta de professores universitários europeus (do Leste mas europeus) a preocupação de Dilma com educação é a mais sólida marca distintiva entre ela e Lula; o seu PT e o dele.
E o Ciência sem Fronteiras a maior prova da intensidade do sonho que ela alimenta de mudar a qualidade do ensino brasileiro.

A superação do nacionalismo xenófobo implícita em criar um programa de bolsas no exterior ja não é pouca coisa para quem tem o retrospecto ideológico dela e enfrenta a patrulha que ela enfrenta dentro do PT.

Mas ha mais que isso nessa medida. Ela é, indiretamente, o reconhecimento de que barrado o caminho da meritocracia – tabu no PT e no universo do funcionalismo público em geral – é inutil atirar dinheiro em cima e esperar qualidade desse nosso sistema de educação publica carcomido pelo corporativismo.
Para produzir alunos à altura dos desafios do Terceiro Milênio, só mesmo indo formá-los lá fora, onde o desempenho dos professores pode ser medido e cobrado como acontece com todos os brasileiros aqui da colônia que Brasília explora.

Sem isso não ha melhora de qualidade possível. Em nada, que dizer em educação.
O Ciência sem Fronteiras, em outras palavras, é o PT assinando embaixo o atestado de falência de tudo que ele próprio representa.
Já não é preciso convencer, portanto. O problema do Brasil é como promover a reconciliação entre os pensamentos, as palavras e os atos de dona Dilma Rousseff.

22 de janeiro de 2013
vespeiro

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