Vários projetos tramitam na Câmara e no Senado para reduzir a maioridade penal, que hoje é de 18 anos. E o senador Ivo Cassol, do PP de Rondônia, apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDS 539/2012) que sugere a realização de plebiscito sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, a ser realizado já nas próximas eleições presidenciais, em 2014.
Pesquisa do Instituto DataSenado publicada em outubro apontou que 89% dos cidadãos entrevistados querem imputar crimes aos adolescentes que os cometerem. De acordo com a enquete, 35% fixaram 16 anos como idade mínima para que uma pessoa possa ter a mesma condenação de um adulto; 18% apontaram 14 anos e 16% responderam 12 anos. Houve ainda 20% que disseram "qualquer idade", defendendo que qualquer pessoa, independente da sua idade, deve ser julgada e, se for o caso, condenada como um adulto.
No entender de Cassol, "manter em 18 anos o limite para a condição de imputabilidade é ignorar o desenvolvimento mental dos nossos jovens. A redução da maioridade, por si só, não resolveria os nossos graves problemas de segurança pública. Entretanto, seria uma boa contribuição, pois os jovens, em função da impunidade, sentem-se incentivados à prática do crime"
A proposta, ainda sem relator na Comissão de Constituição e Justiça, cita exemplos do Mapa Mundi da Maioridade Penal, elaborado, em 2005, pela UNICEF. Segundo o documento, nos Estados Unidos, a maioridade varia de 6 a 18 anos, conforme a legislação estadual. No México, é de 11 ou 12 anos, na maioria dos estados. A América do Sul é a região em que a maioridade é mais tardia: na Argentina e Chile, aos 16 anos. No Brasil, Colômbia e Peru, aos 18 anos.
22 de janeiro de 2013
José Carlos Werneck
Nenhum comentário:
Postar um comentário