Começaram os estaduais. Tudo igual aos dos últimos anos, com as mesmas
discussões, as mesmas críticas ao calendário, as mesmas seguidas interdições de
estádios e os mesmos gramados ruins. Nem todos. Dizem que o gramado do Engenhão
está tão bom quanto os melhores da Europa.
Os dirigentes dos grandes clubes não diminuem a duração dos estaduais, porque costumam ganhar mais dinheiro da televisão do que arrecadam até na Libertadores. Muitos recebem adiantado. O Flamengo já gastou a receita de 2013.
Os grandes clubes contratam, cada vez mais, jogadores caros e famosos. A folha salarial é igual à de muitos grandes da Europa. Cresceram a arrecadação e também as dívidas, não só as que foram planejadas e que serão pagas com o tempo, como as vencidas, especialmente com o governo.
Parafraseando o filósofo Vampeta, os clubes fingem que pagam, e o governo finge que recebe. E os dirigentes ainda querem que todas as dívidas sejam perdoadas. A Timemania, criada para isso, foi um fracasso.
VETERANOS
Muitos dos veteranos contratados, caros e famosos, são destaques porque estão bem fisicamente e porque, mesmo decadentes, são melhores que a maioria dos jovens. O mesmo ocorre em toda América do Sul. O veterano Recoba, de 38 anos, que atuou muito tempo na Europa, foi eleito o melhor jogador do Campeonato Uruguaio.
A maioria dos grandes clubes da Europa passa por dificuldades financeiras, por vários motivos. O único futebol sério no mundo é o da Alemanha. Lá, não existem magnatas, donos de clubes, e estes só jogam se arrecadarem, no mínimo, o que gastaram e se não tiverem dívidas vencidas. O Campeonato Alemão tem a maior média de público da Europa.
A organização e a seriedade do futebol alemão foi um dos motivos de Guardiola preferir o Bayern de Munique. Ele sabe que vai receber o salário em dia e que não será dispensado porque o dono do clube acordou de mau humor.
Outro motivo é que o Bayern possui muito talento coletivo e individual. Guardiola poderá acrescentar o detalhe, a sintonia fina, como a de não ter pressa para chegar ao gol, sem perder a velocidade. Outra razão é que, na Alemanha, como no Barcelona, os jogadores são menos celebridades, dão menos trabalho, e há menos fofoca. Ele poderá trabalhar em paz.
A presença de um grande número de treinadores da Europa trabalhando em outros países do continente é um fator positivo. Na América do Sul, muitos técnicos argentinos dirigem clubes de outros países sul-americanos. Não há treinadores brasileiros trabalhando em grandes times da Europa e da América do Sul – muitos têm competência para isso – nem existem técnicos de fora no Brasil. O corporativismo e a soberba não permitem.
22 de janeiro de 2014
Tostão (O Tempo)
Os dirigentes dos grandes clubes não diminuem a duração dos estaduais, porque costumam ganhar mais dinheiro da televisão do que arrecadam até na Libertadores. Muitos recebem adiantado. O Flamengo já gastou a receita de 2013.
Os grandes clubes contratam, cada vez mais, jogadores caros e famosos. A folha salarial é igual à de muitos grandes da Europa. Cresceram a arrecadação e também as dívidas, não só as que foram planejadas e que serão pagas com o tempo, como as vencidas, especialmente com o governo.
Parafraseando o filósofo Vampeta, os clubes fingem que pagam, e o governo finge que recebe. E os dirigentes ainda querem que todas as dívidas sejam perdoadas. A Timemania, criada para isso, foi um fracasso.
VETERANOS
Muitos dos veteranos contratados, caros e famosos, são destaques porque estão bem fisicamente e porque, mesmo decadentes, são melhores que a maioria dos jovens. O mesmo ocorre em toda América do Sul. O veterano Recoba, de 38 anos, que atuou muito tempo na Europa, foi eleito o melhor jogador do Campeonato Uruguaio.
A maioria dos grandes clubes da Europa passa por dificuldades financeiras, por vários motivos. O único futebol sério no mundo é o da Alemanha. Lá, não existem magnatas, donos de clubes, e estes só jogam se arrecadarem, no mínimo, o que gastaram e se não tiverem dívidas vencidas. O Campeonato Alemão tem a maior média de público da Europa.
A organização e a seriedade do futebol alemão foi um dos motivos de Guardiola preferir o Bayern de Munique. Ele sabe que vai receber o salário em dia e que não será dispensado porque o dono do clube acordou de mau humor.
Outro motivo é que o Bayern possui muito talento coletivo e individual. Guardiola poderá acrescentar o detalhe, a sintonia fina, como a de não ter pressa para chegar ao gol, sem perder a velocidade. Outra razão é que, na Alemanha, como no Barcelona, os jogadores são menos celebridades, dão menos trabalho, e há menos fofoca. Ele poderá trabalhar em paz.
A presença de um grande número de treinadores da Europa trabalhando em outros países do continente é um fator positivo. Na América do Sul, muitos técnicos argentinos dirigem clubes de outros países sul-americanos. Não há treinadores brasileiros trabalhando em grandes times da Europa e da América do Sul – muitos têm competência para isso – nem existem técnicos de fora no Brasil. O corporativismo e a soberba não permitem.
22 de janeiro de 2014
Tostão (O Tempo)
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