Procuradoria da República em Minas não tem prazo para abrir o inquérito do mensalão contra Lula
Caso haja necessidade, outros depoimentos ou provas poderão ser anexados à denúncia. E as conclusões deverão passar pelo crivo do procurador-chefe regional Adailton Nascimento.
Ele poderá determinar se haverá algum esquema especial ou prioridade na investigação, decidindo ainda sobre a conexão da nova denúncia com as outras seis ações do mensalão em curso na Justiça mineira. Valério já foi condenado em duas delas.
O QUE DIZ VALÉRIO
No novo depoimento prestado em setembro à Procuradoria em Brasília, Marcos Valério revela que o ex-presidente Lula foi informado, em reunião no Palácio do Planalto, das operações financeiras para pagar propina a deputados da base governista e deu “ok”. As informações são do jornal “O Estado de S.Paulo”, que teve acesso à íntegra do depoimento.
Valério, considerado o operador do mensalão, afirmou ter sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, hoje diretor do Instituto de Lula.
E disse, ainda, que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados foram pagos pelo PT, em “contrapartida” pela participação dele no esquema.
Ainda segundo o “Estadão”, sobre os repasses ao ex-presidente Lula, Valério afirmou que foram feitos dois pagamentos, mas só detalhou um deles, no valor de R$ 98,5 mil, em janeiro de 2003, quando Lula já havia assumido a Presidência.
O pagamento foi feito à empresa de segurança Caso, do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, classificado pelo jornal como “faz-tudo de Lula”.
Valério disse que o ex-presidente era o destinatário do dinheiro, que seria usado para “despesas pessoais”, mas também não especificou que gastos seriam esses.
POR SORTEIO
O material encaminhado pelo procurador-geral da República foi distribuído para o Núcleo do Patrimônio Público do MPF em Belo Horizonte, composto por quatro procuradores. Por sorteio, a análise ficará a cargo do procurador Leonardo Augusto Melo.
Ele vai avaliar as declarações de Valério e decidir se anexa o material a algum dos procedimentos que já tramitaram na Procuradoria e na Justiça ou se abre uma nova investigação, ou , ainda, se arquiva o caso.
Como dizia Miguel Gustavo, “o suspense é de matar o Hitchcock”.
27 de fevereiro de 2013
Carlos Newton
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