"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 14 de maio de 2013

BRASIL PODE SE TORNAR MENOS TRANSPARENTE COM A SAÍDA DE NELSON BARBOSA - DIZ WSJ

 
Wall Street Journal questiona o real motivo pelo qual o secretário executivo deve deixar o Ministério da Fazenda no final de junho


Nelson Barbosa, secretário executivo do Ministério da Fazenda
Jornal diz que Barbosa teria tensões pessoais e políticas com Mantega (Marceloo Casal/ABr)
 
O blog Real Time Econonomics, do jornal Wall Street Journal, divulgou um post nesta terça-feira comentando de forma crítica a saída de Nelson Barbosa, que ocupa atualmente o cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda.  Com o título Will Brazil Become Less Transparent? (O Brasil vai tornar-se menos transparente?), o texto questiona os motivos pelos quais o secretário está deixando a Fazenda.
 
Oficialmente, Barbosa deixará o cargo no final de junho por "motivos pessoais", mas o jornal norte-americano fala na existência de "tensões tanto políticas como pessoais" entre Barbosa e o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega.
 
O WSJ cita que, seja lá qual for o motivo da saída de Barbosa, ela não agrada o mercado. "Embora Barbosa não seja considerado um economista ortodoxo, ele tem sido contrário às mais recentes políticas intervencionistas, e também tem se mostrado a favor de uma redução mais transparente do superávit primário", disse o banco J.P. Morgan em relatório divulgado hoje e citado na matéria do WSJ. No trecho, fica clara a crítica à chamada "contabilidade criativa", com a qual o governo usa repasses do Tesouro Nacional para manter a meta de superávit primário.
 
O texto cita ainda que Mantega não tem adotado uma política econômica muito liberal. O blog lembra a defesa o fato de o ministro defender a cobrança de IOF de fluxos cambiais para controle da taxa de câmbio e políticas industriais que beneficiam alguns setores produtivos do Brasil, por meio de redução de impostos ou de regras de conteúdo local. Ainda de acordo com o WSJ, Arno Augustin - secretário do Tesouro que tem sido apontado como sucesso de Barbosa - tem ajudado o governo a atingir a meta de superávit primário.

14 de maio de 2013
Veja Online

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