Mas o fato é que o MPF está exigindo a devolução de R$ 38 milhões aos investigados da Operação Porto Seguro, desfechada pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República em novembro de 2012 para desarticular uma organização criminosa de venda de pareceres técnicos em órgãos federais. O procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira está acusando 18 réus na ação de improbidade, entre eles 10 agentes públicos, mas Rosemary Noronha não foi denunciada.
Interessante notar que na Comissão de Ética da Presidência ocorre justamente o contrário: o Planalto mandou que fossem investigados apenas quatro dos envolvidos na Operação Porto Seguro, a saber: Rosemary Noronha, o ex-número 2 da Advocacia-Geral da União José Weber Holanda e os irmãos Paulo e Rubens Vieira, ex-diretores da Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), respectivamente.
“VAZAMENTOS”
Rose, Weber, Paulo e Rubens Vieira são acusados de integrar uma quadrilha que negociava a compra de pareceres técnicos. Mas o principal alvo do Planalto é mesmo Rosemary, que tem sido vítima de seguidos “vazamentos” de informações por parte do Casa Civil, da Controladoria-Geral da União e da Comissão de Ética da Presidência, enquanto nada “vaza” em relação a José Weber ou aos irmãos Vieira. Parece estranho, não?
É esta flagrante perseguição do Planalto a Rosemary que vem deixando Lula indignado. Ele sabe que o alvo na verdade é ele, e não sua companheira de viagens ao exterior, a quem tem procurado ajudar na medida do possível, digamos assim.
Lula está revoltado, mas tenta manter a calma. Ele até achava que o Planalto ia parar com essas manobras, mas na semana passada a provocação continuou, com “vazamento” de notícias sobre Rosemary para o jornal O Globo. E se Lula explodir, ninguém sabe o que pode acontecer.
Bem. este é o quadro atual. O resto? “Depois eu conto”, como dizia o filósofo da crônica social Ibrahim Sued. Com exclusividade absoluta, é claro.
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