Segundo a secretária interina de Comércio dos Estados Unidos, Rebecca Blank, as regras de conteúdo local em licitações do governo brasileiro são "muito problemáticas e equivalem a 'roubar na balança'
A secretária interina de Comércio dos Estados Unidos, Rebecca Blank, chamou de desleal a disputa em leilões no Brasil. Em entrevista à Folha, ela apontou uma série de reclamações dos empresários americanos que querem investir no Brasil.
Os EUA vêem o Brasil ainda mais atrativo desde que anunciou que haverá um total de US$ 500 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos anos. "Isso interessa muito às empresas americanas. Mas há uma preocupação porque o Brasil é um mercado mais fechado para investimentos e exportações do que muitas empresas americanas desejariam", disse.
Uma mudança na legislação brasileira passou a dar mais preferência a produtos e serviços nacionais nas licitações públicas, mesmo com preços até 25% acima dos estrangeiros. "Essa regra é muito problemática. Isso não é livre comércio, na verdade isso é roubar na balança. Significa que vai ser muito difícil para empresas internacionais ganharem licitações em algumas áreas."
A secretaria afirma ter conversado com o governo sobre a alta nas tarifas de importação e as exigências de conteúdo local. "Isso nos preocupa muito, e nós estamos trabalhando com autoridades brasileiras para abrir o mercado."
Para a secretária, outros países têm se engajado muito mais no comércio global e estão tentando reduzir barreiras. "O Brasil tem muitas vantagens, mas, para funcionar de forma global e eficiente, precisa tornar mais transparente e fácil o processo de atuar no país e ter regras similares para todos os países que atuam no Brasil. Países que participam da negociação da PTP como Peru e Chile têm acordos de livre comércio com os EUA e vários outros países, o que, da nossa perspectiva, oferece menos barreiras para fazer negócios lá."
14 de maio de 2013
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