"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 12 de junho de 2013

ALIADOS OLHAM PARA DILMA COM OLHOS DE REVIDE...

 


No início do mandato, Dilma Rousseff achou que sabia tudo dos aliados. Brincou de faxina com eles. Ao saber mais, temeu-os. Ao saber ainda mais, escondeu a vassoura. Quando souber demais, talvez se tranque no armário. Ou no cofre.
 
Os aliados, por sua vez, manjaram Dilma de saída. Percebendo-a arredia, permitiram que usufruísse de uma ilusão comum aos presidentes em início de mandato: a ilusão de que presidem. Refugiaram-se na política do ‘cá te espero.’
 
Secando a caneta, viriam as emboscadas. A antecipação do calendário eleitoral abreviou as coisas. Os percalços econômicos adicionaram sal ao revide. A queda na popularidade trouxe a pimenta.
 
A penúltima maldade dos aliados chama-se “vetos”. Eles procuram pérolas em meio aos mais de 3 mil vetos presidenciais à espera de apreciação no Congresso. Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves passou a bola para Renan Calherios.
 
“Vou me reunir com o presidente Renan para discutir esta questão dos vetos, com a definição de critérios e que sejam compreensíveis. Que não haja precipitação, esperemos a proposta do Renan. Esse abacaxi quem tem que descascar é ele.”
 
No atual estágio do relacionamento de Dilma com o Congresso, se alguém pergunta aos aliados se gostam da presidente, muitos respondem socraticamente: “Comparando com o quê?”

12 de junho de 2013
Blog Josias de Souza - UOL

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