No início do mandato, Dilma Rousseff achou que sabia tudo dos aliados. Brincou de faxina com eles. Ao saber mais, temeu-os. Ao saber ainda mais, escondeu a vassoura. Quando souber demais, talvez se tranque no armário. Ou no cofre.
Os aliados, por sua vez, manjaram Dilma de saída. Percebendo-a arredia, permitiram que usufruísse de uma ilusão comum aos presidentes em início de mandato: a ilusão de que presidem. Refugiaram-se na política do ‘cá te espero.’
Secando a caneta, viriam as emboscadas. A antecipação do calendário eleitoral abreviou as coisas. Os percalços econômicos adicionaram sal ao revide. A queda na popularidade trouxe a pimenta.
A penúltima maldade dos aliados chama-se “vetos”. Eles procuram pérolas em meio aos mais de 3 mil vetos presidenciais à espera de apreciação no Congresso. Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves passou a bola para Renan Calherios.
“Vou me reunir com o presidente Renan para discutir esta questão dos vetos, com a definição de critérios e que sejam compreensíveis. Que não haja precipitação, esperemos a proposta do Renan. Esse abacaxi quem tem que descascar é ele.”
No atual estágio do relacionamento de Dilma com o Congresso, se alguém pergunta aos aliados se gostam da presidente, muitos respondem socraticamente: “Comparando com o quê?”
12 de junho de 2013
Blog Josias de Souza - UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário