"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 12 de junho de 2013

RUMO À FALÊNCIA

   
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Líder mundial em exportação de gás natural, Gazprom viu seu valor de mercado diminuir de US$ 369 bilhões para US$ 83 bilhões em cinco anos (Reprodução/Internet)

O declínio da Grazprom pode ser bom para a Rússia

Como a péssima gestão de Putin afundou a empresa estatal mais importante da Rússia

     
A estatal russa Gazprom, líder mundial em exportação de gás natural, é a empresa mais mal-administrada do mundo. Prejudicada pela péssima gestão do governo, a empresa mais importante da Rússia está em declínio contínuo.

Em 2008, a Gazprom era uma das empresas de maior valor de mercado do mundo, orçada em US$ 369 bilhões. O chefe executivo, Alexei Miller, chegou a especular que a Gazprom seria a primeira empresa a alcançar a marca de um trilhão de dólares em valor de mercado. Porém, a relutância em inovar somada à corrupção e a uma arrogância grotesca fizeram o valor da empresa retrair para US$ 83 bilhões. E a queda continua.


Problemão
Um dos principais problemas da Gazprom se chama Vladimir Putin. O presidente russo é quem está por trás da administração de Miller, sendo responsável por cada passo (e tropeço) da Gazprom. Algumas medidas revelam como o autoritarismo ao estilo soviético pode destruir uma empresa promissora.

Entre 2006 e 2009, a Gazprom cortou o fornecimento para clientes cujo comportamento foi considerado "inapropriado". A Ucrânia e diversos países do leste europeu foram afetados pelo corte. Como resultado, os clientes migraram para fontes alternativas de abastecimento.

A falta de habilidade de Putin em reconhecer novas tendências fez a empresa ignorar a revolução do gás de xisto nos EUA e a ascensão do gás natural liquefeito (GNL). Miller chegou a declarar que o xisto "não passava de uma bolha que, em breve, iria estourar". A previsão falhou e atualmente o GNL americano domina o mercado europeu.

A corrupção e o desperdício de renda irritam os acionistas e completam o cenário de declínio da Gazprom. Cometer tantos erros de gestão pode levar a empresa à falência, algo que não seria tão ruim. Com a extinção da Gazprom, Putin teria menos controle sobre os políticos russos, o que seria bom para a democracia do país.

12 de junho de 2013
Fontes: Bloomberg-Gazprom’s Demise Could Topple Putin

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