Segundo estimativas do Ministro do STF Antonio Dias Toffoli, o desfecho do mensalão poderá levar até dois anos, ao fim dos quais então começarão os cumprimentos das respectivas penas.
Assim, a sociedade fica com a desagradável sensação de que, mais uma vez, foi enganada pelas aparências e que o espetáculo pirotécnico com que a suprema Corte a brindou durante o julgamento não passou de um espasmo de seriedade que já amorteceu, voltando a vigorar a confirmação de que a justiça no país é leniente com os poderosos, mais ainda quando estes estão vinculados a esse governo petista, de 39 ministérios, recheado de escândalos.
O que era uma esperança de que o julgamento constituísse um ponto fora da viciada curva à qual a população brasileira já está tristemente habituada, para ser o início de uma outra que aliviasse a crise generalizada de confiança nas instituições encarregadas de aplicar a lei, transformou-se numa enorme frustração.
Sem entender o significado de expressões como "embargos de declaração" e "embargos infringentes", típicas de um complexo de leis cheio de fissuras, aparentemente propositais, o cidadão comum se vê numa enorme perplexidade ao assistir, depois de tudo, ao triste espetáculo de ver até hoje os condenados em liberdade e, pior, alguns até exercendo mandatos no Congresso.
Quando finalmente despertaremos, protestando e exigindo a higienização das instituições e dos procedimentos, mediante a manifestação de multidões comparáveis às das marchas pela maconha e das paradas gays? Está na hora de adquirirmos a consciência de povo, deixando de ser somente público embasbacado.
12 de junho de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra reformado.
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