Lilia Moritz Schwarcz, caderno Ilustríssima, na Folha de S.Paulo do último domingo:
Persiste um deficit republicano na raiz da nossa comunidade política.
Falta uma agenda ética capaz de transformar o sistema político-eleitoral e o comportamento partidário.
A corrupção corre o risco de parecer endêmica e está associada tanto ao mau trato do dinheiro público quanto ao descontrole das políticas governamentais.
Por outro lado, os investimentos em infraestrutura, a superação dos grandes gaps sociais e o aperfeiçoamento dos serviços oferecidos não parecem avançar em ritmo compatível com a propaganda do país no exterior.
São ainda muitos os desafios para alterarmos nosso imperfeito republicanismo.
Entre eles está a adoção de valores que visem à construção do que é público, do que é comum.
Frei Vicente do Salvador, considerado o primeiro historiador brasileiro, nos idos de 1620 escreveu um belo opúsculo e o chamou de "História do Brazil".
O nome do país nem ao menos se escrevia com "s", e o religioso franciscano já concluía:
"Nenhum homem nessa terra é repúblico, nem zela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular".
Talvez comece nesse desafio de junho de 2013 mais um capítulo da história do Brasil. Afinal, feita a opção democrática, é hora de a República poder vingar.
12 de julho de 2013
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