Noutro dia escrevi um artigo no qual falava em William Waack e seu programa na Globo News, Painel. Hoje, abro este texto comentando sobre sua firme mediação em um debate que houve nesta última Flip.
Waack repetiu uma frase que ouvi muitas vezes de meu mestre jornalista-blogueiro: “Jamais brigo com a notícia”. Goste dela ou não, afirma.Antes que me acusem de “cismar” com William Waack, coisa natural dado ele ser homem inteligente e charmoso, digo que no vídeo sobre o debate ele se refere à lição que aprendeu ao longo de sua carreira de repórter político e que transmitiu à plateia: “movimentos sociais sem uma clara definição e rumo político, em geral, provocam menos mudanças do que as esperanças que esses movimentos despertam”.
Nem querendo eu duvidaria da lição de jornalista tão experiente, pois, nos últimos dias, tive provas que as esperanças despertadas estão indo para o recanto das quimeras.
Creio que a maioria dos leitores do Blog do Noblat sabe que sou filha de um compositor da MPB. Acompanhei, estarrecida, a tramitação do projeto de lei sobre a mudança das regras para arrecadação e distribuição dos direitos autorais.
Depois da morte de meu pai escolhi a associação que bem entendi para me representar junto ao ECAD, como cidadã livre e dona do meu nariz e daquilo que é meu.
É de meu interesse examinar a prestação de contas que recebo mensalmente. Se não estiver satisfeita ou se quiser trocar de associação, sou livre para fazê-lo.
Ora, de repente, porque um grupo de compositores foi ao Congresso, estão mexendo em tudo e com rapidez impressionante.
Em apenas 8 dias o projeto passou pelo Senado, foi para a Câmara, voltou ao Senado e já foi enviado à Presidência da República.
Com as ruas em polvorosa, é espantosa a importância federal que deram a um assunto que só diz respeito a detentores de direito autoral.
Foi uma esperança desfeita: agora, o ECAD, instituição privada, será gerido pelo Estado!
Foto: Daniel Teixeira / AE
Confusa, fico cabisbaixa e quem me ampara? O Dr. Consulta. Que não é uma quimera, mas uma clínica médica privada onde não vale convênio, nem cartão do SUS! Com médicos que trabalham ali e no Sírio e Libanês e no Einstein: consultas a R$40,00 com um clínico-geral e a R$60,00 com médicos de dez especialidades.
Na boca de uma favela em São Paulo, uma dúzia de médicos, oriundos de boas universidades e do corpo clínico dos dois hospitais de ponta, atende em uma clínica sem luxo algum na decoração, mas com todo o luxo tecnológico necessário para um atendimento de qualidade.
Por favor, leiam a matéria. Depois, fechem os olhos e imaginem: não seria a perfeição o Governo Federal, em vez de um Ato Médico que só vai servir para diminuir o número de estudantes dispostos a se dedicar à medicina, espalhar clínicas semelhantes por este Brasil afora? (Estadão, 22/06/2012).
12 de julho de 2013
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
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