"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 12 de julho de 2013

VENEZUELA CAMINHA RAPIDAMENTE PARA O ESTRANGULAMENTO FINANCEIRO EXTERNO


Com base nos dados abaixo é possível concluir que a Venezuela vai ser arrastada rapidamente para as últimas posições do risco país, algo semelhante a Congo, Somália e outros do gênero.
Senão vejamos.

Serão mais de 12 bilhões de dólares adicionados (quem vai financiar não se sabe) aos já aprovados 18 bilhões este ano, uma alta de 65% na dívida total do país, em seis meses. Quanto vai ser até o final do ano?
O orçamento (
fictício) do país é de 63 bilhões de dólares, e os dólares adicionais são essenciais para pagar importações de gêneros de toda necessidade, já que a economia do país está praticamente destruída, graças aos gênios econômicos de Chávez e aspones disciplinados.

O governo diz que com isso se fará o pagamento da dívida (ou seja, dívida rolando dívida) e também obrigações com despesas sociais (a miríade de programas para faixas da população, como se faz no Brasil, outro país tão generoso com os pobres quanto o é para os ricos, no caso da Venezuela a chamada boliburguesia, os apaniguados do regime, que parece frenéticos no enriquecimento individual antes que a casa venha abaixo).

 De quanto serão os juros para os novos títulos a serem emitidos pelo governo? Supõe-se que a PDVSA já não dispõe do mesmo crédito nos mercados externos, mas serão poucos os países dispostos a emprestar novos recursos ao governo venezuelano, pois temem um (inevitável) calote, como já ocorreu com a Argentina e tantos outros (never mind Grécia).
 
A China já deve ter se comprometido com algo próximo a 20 bilhões de dólares, a serem pagos em petróleo nos próximos dez anos. Mas será que a Venezuela vai ter petróleo para exportar para a China?

 Não gostaria de ser arauto da catástrofe, mas o cenário venezuelano é tão previsivelmente desastroso que é impossível não ser pessimista neste caso.

E como ficam os financiamentos oficiais brasileiros e as vendas de bens brasileiros por empresas privadas?
 Provavelmente vamos tomar calote, também...

Pobre povo venezuelano...
 
12 de julho de 2013
 Paulo Roberto de Almeida

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