Pelo menos seis dos 81 senadores eleitos em 2006 e 2010 indicaram parentes para compor suas chapas eleitorais e terão de se adequar, se forem disputar o mesmo cargo nas próximas eleições, à proposta de emenda constitucional (PEC) que impede cônjuges e parentes de sangue de até segundo grau, como pais, filhos, irmãos e primos, inclusive os parentes por adoção, de serem suplentes. Isso se a PEC aprovada pelo Senado passar também na Câmara. Há ainda na atual legislatura dois casos do chamado nepotismo cruzado.
Atualmente, apenas um desses parentes está no exercício do mandato: Edison Lobão Filho (PMDB-MA), que se tornou senador depois que o pai, Edison Lobão, foi escolhido ministro de Minas e Energia, ainda no governo Lula. Mas há outros casos de suplentes-parentes: o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), escolheu sua mulher, Sandra Braga, como primeira suplente; Acir Gurgacz (PDT-RO) pôs o pai, Assis Gurgacz; e o senador Ivo Cassol (PP-RO) também escolheu o pai, Reditario Cassol.
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) foi ainda mais ousado e indicou parentes para as duas suplências. São seus primos Euclydes Mello, primeiro suplente, e Ada Mello, segunda. Ada chegou a exercer o mandato em 2008, quando Collor se licenciou durante 120 dias para participar de campanha em Alagoas, e Euclydes também estava de licença, envolvido em questões político-eleitorais.
O sexto senador identificado pelo GLOBO é Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que escolheu o tio Ivandro Cunha Lima para a segunda suplência.
Ao menos dois senadores lançaram mão do chamado nepotismo cruzado. O hoje ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), escolheu o pai, Garibaldi Alves, de 90 anos, para ser suplente da colega Rosalba Ciarlini, em troca de apoio à eleição dela ao governo do Rio Grande do Norte. O senador João Vicente Claudino (PTB-PI) também escalou o pai, João Claudino Fernandes, para guardar a cadeira de primeiro suplente do aliado Ciro Nogueira (PP-PI).
12 de julho de 2013
Júnia Gama - O Globo
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