Um recado ao Alfredo Sirkis
Meu caro Alfredo:
12 de julho de 2013
Dei meu voto a você para deputado federal nas eleições de 2010. Embora meu pensamento político ainda não combine com o seu, que mudou muito após a volta do exílio dos tempos militares, votei em você por sua honestidade com a coisa pública demonstrada na sua passagem pela prefeitura do Rio e pela sua inteligência, por mim comprovada desde o tempo em que fomos colegas de classe no colégio Andrews. Foi também, confesso, por um pouco de preguiça de procurar outro candidato, mas já que eu concluí que você preenchia satisfatoriamente pelo menos dois dos requisitos básicos, decidi mudar um pouco a minha linha na esperança de ver, finalmente, um representante meu eleito e fazendo alguma coisa pelo país, já que até então os meus candidatos, os poucos que foram eleitos, tinham decepcionado.
Doce ilusão, não foi mesmo? Não foi preciso muito tempo para eu descobrir que você tinha outros objetivos que não o de servir o país, que não o de representar o Rio de Janeiro no Congresso, que não o de honrar os votos que recebeu, que não o de fazer jus à confiança que eu tentei depositar na sua candidatura, transformando-se em um balangandã que Marina Silva carrega para baixo e para cima na sua busca obsessiva em viabilizar um partido que viabilize a sua candidatura à Presidência em 2014, já que a mordida da mosca azul não tem cura.
Para tanto, Alfredo, você esqueceu completamente que é um congressista e agora passa dias e noites, depois de catar assinaturas para fundar a REDE, tentando fazer conchavos com outros partidos no afã de obter mais visibilidade para a sua candidata (tempo na TV). O pior é que até nisso você me decepcionou, ao procurar o PEN e o PSC, dois partidos cuja “ideologia” é o Evangelho (o PEN - Partido Ecológico Nacional - tem esse nome só para enganar trouxas: só tem crentes).
Não sou como uns e outros que votam em um político para depois dizer que ele “não me representa”. Você me representa, sim, e infelizmente muito mal, fazer o quê? O máximo que eu posso fazer agora é lhe pedir que renuncie em nome da decência, porque a sua posse como deputado foi uma mera formalidade, já que nunca assumiu o cargo de fato: você está recebendo dinheiro público, pago pelos meus impostos, para fazer servicinhos particulares para a sua patroa que, diga-se de passagem, é uma tremenda enganadora.
Lamentavelmente eu só tenho a dizer - para concluir - que mais uma vez eu me decepcionei com meu voto. E dessa vez foi pior por se tratar de um ex-colega a quem admirava pela inteligência. E nem isso mais dá para perceber.
12 de julho de 2013
Ricardo Froes
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