Artigos - Cultura
A sanidade e a razão pregam que praticamente todo mundo prefere o “conforto da civilização superior” à barbárie. Portanto, apenas um homem louco prejudicaria deliberadamente o livre mercado. E ainda assim, tais homens loucos parecem abundar e gozar de grande prestígio em todos os lugares.
A teoria da escolha racional nos diz que as pessoas querem as coisas boas e que elas querem pelo preço mais baixo. Sendo assim, o homem econômico é um agente racional. Ele mede os custos e os compara com os benefícios. Evidentemente, os homens também são agentes irracionais capazes de más interpretações propositais acerca dos seus interesses econômicos. Nos tempos atuais, como em nenhum outro, a irracionalidade está se tornando uma força em si que dita a economia e subverte as bases do pensamento racional ao privar o indivíduo da escolha e ceder essa oportunidade apenas aos burocratas do governo.
Muitos anos atrás, o economista austríaco Ludwig von Mises salientou que as nações eram prósperas conforme o grau ao qual elas “colocam obstáculos no caminho do espírito da livre iniciativa e da iniciativa privada”. Se olharmos hoje, tanto na América quanto na Europa, perceberemos que à grande crise econômica do nosso tempo não foi oferecida nenhuma solução sã tirada de cuidados estudos, pois o que foi oferecido foram ideias anticapitalistas pré-concebidas retiradas de ideias e métodos que caíram há muito em descrédito.
Em 1956, Mises escreveu:
“O povo dos Estados Unidos é mais próspero que os demais habitantes do planeta porque seu governo embarcou mais tarde que os demais governos do mundo na política de obstrução dos negócios. Não obstante, muitas pessoas, especialmente os intelectuais, odeiam passionalmente o capitalismo”.
Agora estamos aqui, 50 anos depois, testemunhando o triunfo desse ódio. A América não é mais o próspero país que foi outrora. Os negócios estão sendo obstruídos por meios inimagináveis nos anos 1950. (Veja o vídeo do Free MarketAmerica intitulado The Big Green’s True Colors, leia o blog Cap and Trade da Agência de Proteção Ambiental dos EUA ou leia o regulations.gov a partir da perspectiva de um fazendeiro, rancheiro ou pescador.)
“O povo dos Estados Unidos é mais próspero que os demais habitantes do planeta porque seu governo embarcou mais tarde que os demais governos do mundo na política de obstrução dos negócios. Não obstante, muitas pessoas, especialmente os intelectuais, odeiam passionalmente o capitalismo”.
Agora estamos aqui, 50 anos depois, testemunhando o triunfo desse ódio. A América não é mais o próspero país que foi outrora. Os negócios estão sendo obstruídos por meios inimagináveis nos anos 1950. (Veja o vídeo do Free MarketAmerica intitulado The Big Green’s True Colors, leia o blog Cap and Trade da Agência de Proteção Ambiental dos EUA ou leia o regulations.gov a partir da perspectiva de um fazendeiro, rancheiro ou pescador.)
O que quer que tenha acontecido ao final da Guerra Fria, não foi a derrota do socialismo, pois uma nova formação anticapitalista com atributos ambientalistas está se formando. Mesmo com a foice e o martelo se retirando do Kremlim, a coruja vem se tornando o grito de guerra daqueles que querem destruir o capitalismo e a liberdade de mercado no Grande Noroeste. Considere, por exemplo, as evidências apresentadas no site Discover the Networks, que começa afirmando: “Os ambientalistas radicais e os grupos ativistas aos quais eles são afiliados normalmente veem o capitalismo de livre mercado como um sistema econômico que é inerentemente o destruidor do mundo natural”. Portanto, não é preciso nem dizer que os ambientalistas preferem a solução socialista. (Isso é irônico, já que os países socialistas sempre foram os maiores poluidores do meio-ambiente – veja, por favor, o livro “Why Socialism Causes Pollution”, de Thomas J. Dilorenzo.)
Não pode ser acidental o fato de o Dia da Terra ter sido celebrado pela primeira vez no centésimo aniversário de nascimento de Lênin. Para os que não leem muito sobre história, vale a pela salientar que Lênin foi o fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O objetivo de Lênin era liquidar o capitalismo. Contudo, nos dias de hoje é difícil atacar diretamente esse objetivo sem fazer uso das espécies em risco e de outros assuntos. Portanto, o socialismo agora usa o meio-ambiente para sobrepujar o capitalismo. Segundo Mises, a crença socialista “é uma conclusão precipitada sobre o capitalismo ser o pior de todos os males e o socialismo a encarnação de tudo o que é bom”. (é útil, neste contexto, ler o artigo de Ed Dolan escrito em 2011 intitulado “Porque os ambientalistas odeiam o capitalismo?”)
Em termos práticos, o socialismo significa a intervenção governamental na economia e isso significa tipicamente o declínio da economia. Há muitas razões técnicas para o fracasso do socialismo que estão abordadas no livro Socialism: An Economic and Sociological Analysis de Ludwig von Mises. Nesse livro ele escreveu a seguinte passagem: “Por conta do socialismo não ser uma possibilidade prática, todos os passos porvindouros serão danosos à sociedade”. Mises diz que o socialismo é uma “política destrutiva” que rejeita a propriedade privada, os meios de produção e o livre mercado. Ele lamenta o fato de que as massas não acreditam em capitalismo ou liberdade. Mises deixa implícito que apenas uma minoria pensante é capaz de sustentar politicamente o capitalismo. De acordo com Mises, “o liberalismo e o capitalismo se reportam ao espírito calmo e equilibrado. Eles seguem uma lógica estrita que elimina qualquer apelo à emoção. O socialismo, por outro lado, trabalha no campo emocional e tenta violar as considerações lógicas ao suscitar um interesse pessoal e a sufocar a voz da razão por meio da incitação dos instintos mais primitivos.”
Aqueles que buscam a libertação por meio do sobrepujamento do capitalismo estão, na verdade, se revoltando contra a liberdade e a prosperidade. William Graham Sumner afirmou sabiamente 100 anos atrás: “A civilização moderna é construída em cima de máquinas e agentes naturais que são postos em jogo... através do capital. Nisto reside a verdadeira emancipação dos homens e a verdadeira abolição da escravatura. Em seguida, vêm estas duas perguntas: (1) Podemos manter as vantagens e confortos de uma civilização superior baseada no capital ao atacar as instituições sociais as quais a criação de capital é garantido? (2) estamos preparados para abrir mão dos confortos da civilização em vez de continuar a pagar o preço por eles?”
A sanidade e a razão pregam que praticamente todo mundo prefere o “conforto da civilização superior” à barbárie. Portanto, apenas um homem louco prejudicaria deliberadamente o livre mercado. E ainda assim, tais homens loucos parecem abundar e gozar de grande prestígio em todos os lugares. A força irracional da crença da maioria mina totalmente o poder racional da minoria pensante. Assim, vemos a civilização ruir perante nós e essa tendência aparentemente se manterá. A irracionalidade está se tornado uma força por si que dita a economia e subverte as bases do pensamento racional ao privar o indivíduo da escolha e ceder essa oportunidade apenas aos burocratas do governo.
Estamos gradualmente – e sem dúvidas – nos aproximando de uma crise. A racionalidade está ruindo. A menos que essa tendência seja revertida, a economia ruirá também.
13 de agosto de 2013
Jeffrey Nyquist
Publicado no Financial Sense
Tradução: Leonildo Trombela Júnior
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