Kirchnerismo sofre maior derrota eleitoral em dez anos. Governo conseguiu apenas 26% dos votos em âmbito nacional nas eleições primárias
BUENOS AIRES - O kirchnerismo sofreu a maior derrota eleitoral em mais de dez anos de governo, podendo antecipar o fim de um ciclo político na Argentina, segundo o jornal “Clarín”. Os primeiros resultados oficiais das eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO), realizadas neste domingo, foram muito piores do que se imaginava até nos cálculos mais pessimistas, de acordo com o diário.
Com 97% das urnas apuradas, o kirchnerismo conseguiu apenas 26% dos votos em âmbito nacional, o pior resultado desde os 22% obtidos pelo ex-presidente Néstor Kirchner, em 2003. O resultado foi inferior ao das eleições de 2009 (31,2%), quando o governo estava fortemente desgastado pelos conflitos com ruralistas.
Na província mais disputada - Buenos Aires -, o líder da Frente Renovadora, Sergio Massa, saiu vitorioso com 35% dos votos, contra 29,6% do candidato governista, Martín Insaurralde.
Os números das primárias, que serviram para definir as listas de candidatos que concorrerão nas legislativas, parecem complicar as chances de recuperação do kirchnerismo, abalado por escândalos de corrupção e turbulência na economia. Apesar disso, em pronunciamento no domingo à noite, a presidente Cristina Kirchner tentou minimizar a derrota e prometeu um melhor desempenho nas eleições de 27 de outubro.
- O importante é saber o que nós vamos enfrentar. Vamos continuar aprofundando a transformação - afirmou ela, conclamando a militância a se mobilizar para a disputa de outubro.
Enquanto a oposição se fortalece, a presidente, correndo contra o tempo, poderia tentar acelerar a aprovação de propostas governistas antes da renovação do Congresso.
Em outubro, serão renovadas 127 cadeiras na Câmara (a metade da casa), das quais 49 são hoje da Frente para a Vitória (FPV) e 78 de partidos da oposição. Já no Senado, estarão em jogo 16 vagas do partido governista e 8 da oposição, o que representa um terço do total.
Se o governo perder espaço na Casa, será definitivamente enterrado o projeto de reforma constitucional que permitiria uma terceira candidatura consecutiva da chefe de Estado.
13 de agosto de 2013
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