"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 29 de maio de 2012

LULA: A EXTORSÃO (PARTE 1)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no afã de melar o “mensalão”, vem se atrapalhando cada vez mais.
Em maio de 2005, quando o escândalo veio à tona, Lula se disse apunhalado pelas costas, deixou essa versão como a válida, achando que lhe permitiria sair airosamente da desconfortável situação.

Quando a coisa começou a se aproximar da fase decisiva, isto é, o julgamento dos implicados, certamente por saber que ele seria responsabilizado, de forma insana passou a negar a existência da falcatrua.

Forçou a abertura da CPMI de Carlinhos Cachoeira, numa canhestra tentativa de desviar as atenções do “mensalão”, que deverá começar agora.
Todavia , acabou dando um tiro no pé, pois a CPMI, ameaça sujar ele e seus asseclas mais que o mensalão.


Sentindo-se traído partiu para o banditismo.
Nesse dia 26, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu de casa para encontrar-se com Lula, fora convidado para esse encontro pelo ex ministro e ex-presidente do STF, Nelson Jobim.
Ele ia, pois há muito, desde a cirurgia de garganta de Lula, ele se sentia devedor de uma visita ao ex-presidente.

No início do encontro, a conversa foi amena, até que Lula de chofre soltou: “É inconveniente julgar esse processo agora”. Argumentando que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Surpreso com a proposta descabida, Mendes nada disse. Diante dessa atitude, Lula perguntou-lhe com um tapinha nas costas: “E a história de Berlim?”. Ele, para pressionar Gilmar se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá” e concluiu: Lula, você continua, como sempre, desinformado! Vá em frente!

Coincidentemente, Gilmar, naquele mesmo dia, tinha marcado um encontro com o presidente dos Democratas, o senador Agripino Maia. Maia contaria aos correligionários que Gilmar chegou ao encontro esbaforido, soltando fogo pelas ventas.

A história espalhou-se logo pelos Três Poderes. Formalmente, Gilmar relatou ao presidente do Supremo, Ayres de Britto. Mas contou ao amigo Sigmaringa Seixas e este, supõe-se, a Dilma.
Tudo piorou mais com entrevista concedida por Gilmar Mendes à revista Veja e também na televisão. (vídeo Gilmar Mendes confirma conversa com Lula – Globo News ).

Em resposta, a assessoria de imprensa do Instituto Lula emitiu nota (28/5) onde afirma: “No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’, disse o ex-presidente, sobre a reportagem”.
Tudo bem, por que Lula não processa Gilmar Mendes e a Veja?

29 de maio de 2012
Giulio Sanmartini

(*) Fotomontagem: Lula e Gilmar Mendes

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