"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 29 de maio de 2012

HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY

FALTAVA UM NEGRO

Mário Gibson Barbosa, ministro do Exterior de Médici, fez um périplo africano por sete paises. Gorda comitiva. Na véspera da viagem, percebeu a gafe. Não havia um só negro na delegação.
A “carrière” não tinha negro. Gibson convidou um amigo médico, negro, para acompanhá-lo.E apresentava orgulhoso o dr. Jair:
- Meu médico.
Uma noite, na Nigéria, foram a uma solenidade. O presidente da mesa chamava os que iam compô-la e perguntava a função :
- Dr. Jair. Função?
- Médico.
- Especialidade?
- Ginecologista.
E era. Gibson quase desaparece por baixo da mesa.

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MALUF SOCIALISTA

Paulo Maluf era governador de São Paulo, esteve no Kwait, deu entrevista a um jornal de esquerda. O deputado cassado Neiva Moreira, diretor da excelente revista “Cadernos do Terceiro Mundo”, estava passando por lá, leu. Primeira pergunta do jornalista árabe :
- Governador, como o senhor se define ideologicamente?
- Pró-árabe progressista a caminho do socialismo.

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ADEMAR E SENGHOR

Ademar de Barros era governador de São Paulo, Leopold Senghor, poeta e presidente do Senegal veio ao Brasil. Ademar fez as honras da casa. Levou-o a visitar a cidade, a Assembleia, o Ibirapuera, os cartões de visita. No dia seguinte, deixou-o em um avião da FAB, a caminho de Brasília, e disse aos jornalistas:
- Vejam só. Não sei o que esse pretinho veio fazer aqui. Comprar o quê? Assinar o quê? Mal sei onde fica o Senegal.
Ademar ficou na História de um jeito, Segnhor de outro, muito diferente e mais nobre.

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