Uma desavença pessoal entre Edemir Pinto, presidente da Bolsa de Valores
de São Paulo (BM&FBovespa), e Fernando Heller, sócio-diretor da TOV
Corretora, transformou o mercado financeiro em palco de um bate-boca e de
disputas judiciais raramente vistos no meio empresarial.
A briga tornou a bolsa alvo de desconfiança dos investidores, que acompanham atentamente a confusão. Ontem, a disputa ganhou mais um capítulo, quando a Associação de Acionistas da BM&FBovespa, um grupo aliado de Heller, protagonizou uma marcha movida a samba em frente à sede da companhia, em São Paulo.
O desafeto de Edemir o acusa de "promiscuidade com os órgãos reguladores", a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BSM, a entidade de autossupervisão da BM&FBovespa. Eles afirmam que a bolsa repassou à BSM irregularmente R$ 92 milhões no ano passado.
Mas, segundo um técnico da instituição, o dinheiro já pertencia à BSM e integra um fundo com o qual são ressarcidos investidores que tiveram perdas com falhas de corretoras.
Outra acusação diz respeito a uma sentença judicial em primeira instância que condena a BM&FBovespa, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, o Banco do Brasil e ex-diretores do Banco Central a restituir R$ 24 bilhões aos cofres públicos.
O processo é referente à operação de salvamento dos bancos Marka e FonteCidam, em 1999, que teria beneficiado os citados na sentença.
O grupo de Heller acusa a bolsa de ter escondido a informação dos acionistas antes da assembleia geral de março. A BM&FBovespa garante que a informação já constava do prospecto da abertura de capital da bolsa, ocorrido em 2007.
A disputa entre Edemir e Heller é antiga e começou antes da fusão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com a Bovespa. As duas entidades funcionavam como condomínios e, para ter direito a operar no mercado, era necessário possuir um título de sócio. O dono da TOV afirma que, na época, já operava pela Bovespa, mas queria entrar na BM&F.
Ele conta que Edemir, após intermediar a venda de um título, negou a autorização, alegando que a TOV não era qualificada. A briga foi parar na Justiça. Com a fusão, as questões de qualificação foram ignoradas e a corretora, como outras que também não atendiam às condições, puderam entrar no mercado.
"Isso foi um crime, eles não poderiam ter negado a autorização", disse Heller ao Correio.
"É preciso passar tudo a limpo", afirmou Antônio Rago, vice-presidente da Associação de Acionistas.
A TOV tenta ainda, com essas queixas, reverter decisões da CVM e da BSM contra a corretora, que segundo dados das duas entidades, está entre as 10 que mais sofrem reclamações de investidores.
"É preciso passar tudo a limpo"
Antônio Rago,
vice-presidente da Associação de Acionistas da BM&FBovespa
VICTOR MARTINS Correio Braziliense
29 de maio de 2012
A briga tornou a bolsa alvo de desconfiança dos investidores, que acompanham atentamente a confusão. Ontem, a disputa ganhou mais um capítulo, quando a Associação de Acionistas da BM&FBovespa, um grupo aliado de Heller, protagonizou uma marcha movida a samba em frente à sede da companhia, em São Paulo.
O desafeto de Edemir o acusa de "promiscuidade com os órgãos reguladores", a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BSM, a entidade de autossupervisão da BM&FBovespa. Eles afirmam que a bolsa repassou à BSM irregularmente R$ 92 milhões no ano passado.
Mas, segundo um técnico da instituição, o dinheiro já pertencia à BSM e integra um fundo com o qual são ressarcidos investidores que tiveram perdas com falhas de corretoras.
Outra acusação diz respeito a uma sentença judicial em primeira instância que condena a BM&FBovespa, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, o Banco do Brasil e ex-diretores do Banco Central a restituir R$ 24 bilhões aos cofres públicos.
O processo é referente à operação de salvamento dos bancos Marka e FonteCidam, em 1999, que teria beneficiado os citados na sentença.
O grupo de Heller acusa a bolsa de ter escondido a informação dos acionistas antes da assembleia geral de março. A BM&FBovespa garante que a informação já constava do prospecto da abertura de capital da bolsa, ocorrido em 2007.
A disputa entre Edemir e Heller é antiga e começou antes da fusão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com a Bovespa. As duas entidades funcionavam como condomínios e, para ter direito a operar no mercado, era necessário possuir um título de sócio. O dono da TOV afirma que, na época, já operava pela Bovespa, mas queria entrar na BM&F.
Ele conta que Edemir, após intermediar a venda de um título, negou a autorização, alegando que a TOV não era qualificada. A briga foi parar na Justiça. Com a fusão, as questões de qualificação foram ignoradas e a corretora, como outras que também não atendiam às condições, puderam entrar no mercado.
"Isso foi um crime, eles não poderiam ter negado a autorização", disse Heller ao Correio.
"É preciso passar tudo a limpo", afirmou Antônio Rago, vice-presidente da Associação de Acionistas.
A TOV tenta ainda, com essas queixas, reverter decisões da CVM e da BSM contra a corretora, que segundo dados das duas entidades, está entre as 10 que mais sofrem reclamações de investidores.
"É preciso passar tudo a limpo"
Antônio Rago,
vice-presidente da Associação de Acionistas da BM&FBovespa
VICTOR MARTINS Correio Braziliense
29 de maio de 2012
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