Em resposta à chacina, países ocidentais expulsam diplomatas sírios
Menos de 20 das 108 pessoas mortas no massacre na cidade síria de Houla foram vítimas de disparos de tanques e artilharia, e a maioria morreu baleada em suas casas, disse o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU nesta terça-feira, 29.
A agência estatal de notícias Sana disse na segunda-feira que o governo atribuiu o massacre a militantes islâmicos. Testemunhas e sobreviventes, no entanto, disseram a investigadores da ONU que a maioria das vítimas morreu em duas ondas de assassinatos sumários realizados por milicianos “shabbiha” (pró-governo) na vizinha aldeia de Taldaou, segundo o porta-voz Rupert Colville. Segundo ele, entre as vítimas conhecidas há aproximadamente 49 crianças e 34 mulheres, mas a cifra não é definitiva. “Há relatos de mais mortes”, afirmou.
Em resposta ao massacre, governos da França, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Itália, Espanha e Alemanha expulsaram os diplomatas sírios de suas capitais, nesta terça-feira, 29, e outros países devem seguir o mesmo caminho.
A Grã-Bretanha expulsou o charge d’affaires e outros dois altos diplomatas, informou o chanceler William Hague. O Canadá expulsará imediatamente os três diplomatas remanescentes em Ottawa, e a Itália declarou o embaixador e sua equipe como “persona non grata”.
A Espanha deu um prazo de 72 horas para que o embaixador e outros quatro membros da missão diplomática síria deixem Madri, afirmando que “rejeitam a escalada de violência contra os civis”.
O ministro de Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, chamou Assad de assassino e o da Austrália, Bob Carr, disse que os responsáveis pelo massacre em Houla devem ser responsabilizados.
Ativistas sírios e a inteligência norte-americana afirmavam há meses que forças iranianas estavam ajudando o Exército de repressão síria. O que era só especulação foi confirmado ontem, com o próprio governo iraniano admitindo a ajuda militar.
O vice-comandante de operações clandestinas, Esmail Ghaani, afirmou que, na verdade, a presença iraniana no país fez com que o massacre da população fosse “menos catastrófico”. “Antes da nossa chegada na Síria, o número de insurgentes sírios era muito menor”, justificou.
29 de maio de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário