"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 25 de julho de 2012

BRASIL REAL 2: ROMBO DE US$ 4,4 BILHÕES

 


Diante da desaceleração da economia chinesa e da crise na Europa, o rombo nas contas externas cresceu 27% em junho na comparação com igual mês do ano passado, atingindo US$ 4,4 bilhões.

Segundo o Banco Central, o deficit decorreu, sobretudo, do menor ritmo de comércio entre brasileiros, europeus e asiáticos.

A diferença entre tudo o país vendeu aos estrangeiros e o que importou resultou em saldo positivo de apenas US$ 806 milhões, quantia 81% inferior à registrada em junho de 2011 e o pior desempenho para o período desde 2002. Sem um resultado melhor na balança comercial, faltaram recursos para cobrir outras despesas das transações com o exterior.

A balança comercial ainda está positiva, porque houve uma melhora dos preços dos grãos. Somente a soja responde por 15% da nossa pauta de exportação. Ainda assim, isso não deve garantir um bom desempenho comercial para o país em todo o ano, alertou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Pessimista, ele prevê que o saldo da balança fechará o ano em US$ 15 bilhões, ou seja, US$ 3 bilhões a menos do que os US$ 18 bilhões previstos pela autoridade monetária.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, disse que, em julho, as exportações voltaram a reagir, o que resultará em um saldo comercial maior. Com isso, ele ponderou que o rombo nas contas externas deste mês deve ficar em US$ 4,5 bilhões. Ainda assim, não há motivos para preocupação.

O Investimento Estrangeiro Direto (IED) tem sido mais do que suficiente para cobrir o deficit nas contas externas, fechando junho em US$ 5,8 bilhões%u201D, observou.

Os gastos dos brasileiros no exterior também influenciaram o rombo nas contas externas, mas em menor escala que em outros meses. Na comparação entre junho e igual mês do ano passado, as despesas com viagens internacionais recuaram 9,75%, de US$ 1,86 bilhão para US$ 1,68 bilhão.
Essa redução é explicada pelo dólar mais alto frente o real, que impacta a ida de turistas ao exterior, justificou Rocha. Em contrapartida, o Brasil ficou mais barato para os estrangeiros, o que deve aumentar as receitas com turismo.


VICTOR MARTINS, Correio Braziliense
25 de julho de 2012

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