De acordo com o jornal “O Globo”, as disputas para prefeito nos cem municípios mais carentes do Brasil devem custar até R$ 97 milhões
A população do bairro de Malvinas, em Araioses (MA), não tem acesso a bens essenciais como água encanada, esgoto, posto de saúde ou escola. Segundo a reportagem do jornal, no bairro “90% das casas são de taipa e sem energia elétrica. Em cada uma dessas moradias vivem de 5 a 15 pessoas”. Os candidatos à prefeitura do município estimaram gastos de campanha em até R$ 4,3 milhões. Araioses, uma das cidades com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, possui 31 mil eleitores.
As cem cidades com menores índices de IDH têm menos de 900 mil cidadãos cadastrados para votar. “O Globo” afirma que “na maioria dos casos dois ou três candidatos concorrem às prefeituras. Mas, com tamanha estimativa de gastos, a projeção de despesa foi às alturas: R$ 110,84 por eleitor, dez vezes mais que a previsão no Rio (R$ 10,64). O valor chama atenção, pois os municípios não contam com programas de TV, normalmente o maior custo na campanha, e a maioria têm eleitorado inferior a oito mil pessoas.”
O advogado e presidente do Movimento Endireita Brasil (MEB), Ricardo Salles, defende o voto distrital como opção para diminuir os gastos exorbitantes com candidaturas. Em conversa com o Imil, Salles afirmou: “O voto distrital talvez seja a única alteração legislativa eficiente para reduzir o custo das campanhas. Ele é uma grande solução porque aproxima o eleitor do candidato e restringe geograficamente as áreas eleitorais, reduzindo o custo de campanha por candidato.”
O representante do MEB explicou também porque as candidaturas são tão caras atualmente: “O eleitor não tem uma identidade formada com o candidato, que a cada nova eleição tem que buscar votos de quem não o conhece. O político fica na mão de certas lideranças que ganham dinheiro fazendo campanha, como líderes de escola de samba, líderes religiosos, chefes de associações de bairro etc”, esclareceu.
Outro fator que encarece as campanhas, segundo Salles, é o tamanho das bases eleitorais: “Por serem grandes, exigem campanhas grandes. Falta determinar o público alvo. Eles atiram por todos os lados”, critica. “Além disso, o que os candidatos e partidos declaram na Justiça Eleitoral é muito menos do que o gasto nas campanhas”, finalizou.
25 de julho de 2012
A população do bairro de Malvinas, em Araioses (MA), não tem acesso a bens essenciais como água encanada, esgoto, posto de saúde ou escola. Segundo a reportagem do jornal, no bairro “90% das casas são de taipa e sem energia elétrica. Em cada uma dessas moradias vivem de 5 a 15 pessoas”. Os candidatos à prefeitura do município estimaram gastos de campanha em até R$ 4,3 milhões. Araioses, uma das cidades com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, possui 31 mil eleitores.
As cem cidades com menores índices de IDH têm menos de 900 mil cidadãos cadastrados para votar. “O Globo” afirma que “na maioria dos casos dois ou três candidatos concorrem às prefeituras. Mas, com tamanha estimativa de gastos, a projeção de despesa foi às alturas: R$ 110,84 por eleitor, dez vezes mais que a previsão no Rio (R$ 10,64). O valor chama atenção, pois os municípios não contam com programas de TV, normalmente o maior custo na campanha, e a maioria têm eleitorado inferior a oito mil pessoas.”
O advogado e presidente do Movimento Endireita Brasil (MEB), Ricardo Salles, defende o voto distrital como opção para diminuir os gastos exorbitantes com candidaturas. Em conversa com o Imil, Salles afirmou: “O voto distrital talvez seja a única alteração legislativa eficiente para reduzir o custo das campanhas. Ele é uma grande solução porque aproxima o eleitor do candidato e restringe geograficamente as áreas eleitorais, reduzindo o custo de campanha por candidato.”
O representante do MEB explicou também porque as candidaturas são tão caras atualmente: “O eleitor não tem uma identidade formada com o candidato, que a cada nova eleição tem que buscar votos de quem não o conhece. O político fica na mão de certas lideranças que ganham dinheiro fazendo campanha, como líderes de escola de samba, líderes religiosos, chefes de associações de bairro etc”, esclareceu.
Outro fator que encarece as campanhas, segundo Salles, é o tamanho das bases eleitorais: “Por serem grandes, exigem campanhas grandes. Falta determinar o público alvo. Eles atiram por todos os lados”, critica. “Além disso, o que os candidatos e partidos declaram na Justiça Eleitoral é muito menos do que o gasto nas campanhas”, finalizou.
25 de julho de 2012
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