"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 25 de julho de 2012

UMA TOLA FALTA DE TERROR

O vice-chanceler alemão diz que a perspectiva da saída da Grécia da zona do euro “perdeu sua aura de terror”. Ao mesmo tempo, a revista Der Spiegel relata que o FMI decidiu que não vale mais a pena gastar mais para salvar o país.
Acho sua falta de terror… perturbadora.

Não estou dizendo que a Grécia deve ser mantida no euro; no fim, é difícil enxergar como isso pode dar certo. Mas, se há alguém na Europa pensando que uma saída da Grécia poderia ser contida com facilidade, é preciso deixar claro que isto é um sonho. Uma vez que um país – qualquer país – tenha demonstrado que o euro não é necessariamente para sempre, os investidores – e os correntistas comuns – de outros países vão certamente reparar nisso. Eu ficaria chocado se uma saída da Grécia não fosse seguida por grandes saques bancários em toda a periferia europeia.

Para conter isto, o Banco Central Europeu teria de oferecer um volume imenso de financiamento bancário – tendo provavelmente que comprar também títulos da dívida soberana, especialmente levando-se em consideração o alto rendimento das obrigações espanholas e italianas que podemos verificar enquanto você lê este texto. Será que os alemães estão prontos para este cenário?

Eu aconselharia todos a ter medo, muito medo. Num comentário paralelo, o rendimento da dívida americana de longo prazo está caindo em território japonês.

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