São tantas as más notícias do mundo contemporâneo, que ‒ dirá alguém ‒ a
solução é recorrer à música.
Sim, sem dúvida! desde que não se caia na música atual, caso contrário a situação pode piorar. As composições de hoje têm, salvo exceções, os defeitos de nossa época.
Perdoe o leitor ouvirmos de início cientistas em matéria musical. Não é o
campo específico deles, mas é uma contribuição válida, porque exprime os efeitos
da música em nosso corpo, os quais são mais mensuráveis. Dizem cientistas
espanhóis, bem recentemente:
Que significará nesta frase a ambígua palavra “homogênea”? Que vem a ser uma
música “homogênea”? Com mais unidade? ou mais monótona, sem originalidade, sem
graça? Ao leitor, a resposta.
Em termos de orquestra, no violino desaparece algo de sua “violinidade”, no trombone algo de sua “trombonidade”, na flauta algo de sua “flautice”, etc. Em resumo, a orquestra inteira perde algo de sua “orquestralidade”. Ou seja, cada instrumento e o conjunto ficam diminuídos em sua personalidade, naquilo que lhes é próprio.
Ora, uma das características do igualitarismo é, precisamente, abafar as personalidades, para que se fique mais perto do igualitarismo. Vai tudo tendendo para uma espécie de matéria plástica musical.
Outra nova característica: o alto volume. Ou seja, V. não conseguirá escapar
facilmente destas músicas, por causa do volume alto…
Para Álvaro del Corral, a explicação para as diferenças é o fato de que “a música popular é mais uma indústria ou um negócio do que uma arte”.[4]
07 de agosto de 2012
Leo Daniele
[1] Noticia da Radio Holandesa, 11-10-73.
[2] “Cientistas espanhóis comprovam que música atual é mais ‘chata’‒ Estudo diz que canções modernas são versões ’simplificadas’ e mais altas de canções do passado”. O Estado de São Paulo, 3-8-2012.
[3] 1º-2-65.
[4] BBC Brasil in OESP, 3-8-12.
[5] Fragments.
Sim, sem dúvida! desde que não se caia na música atual, caso contrário a situação pode piorar. As composições de hoje têm, salvo exceções, os defeitos de nossa época.
E isto vale também para as músicas modernas de
quarenta anos atrás, com o mesmo espírito das atuais. Vejamos as conclusões de
um grupo de psiquiatras alemães:
“Observando o comportamento de músicos,
concluíram:
1- Os músicos dedicados à música clássica ou romântica, têm uma
grande estabilidade;
2 – O que se dedicam à música moderna sofrem de
dor de cabeça, insônia, nervosismo, irritabilidade”.[1]
“Um estudo publicado
pela revista científica Nature concluiu que, durante os últimos 50 anos, a
música ocidental subiu de volume e mudou somente no sentido de tornar-se
mais homogênea”.[2]
Eles prosseguem:
“Por causa da
manipulação tecnológica, o piano, por exemplo, teria perdido um pouco de sua
“pianidade“, a sonoridade específica que o torna mais
reconhecível dentro da música”.
Uma expressão exata: o piano perde um pouco de sua “pianidade”! Em termos de orquestra, no violino desaparece algo de sua “violinidade”, no trombone algo de sua “trombonidade”, na flauta algo de sua “flautice”, etc. Em resumo, a orquestra inteira perde algo de sua “orquestralidade”. Ou seja, cada instrumento e o conjunto ficam diminuídos em sua personalidade, naquilo que lhes é próprio.
Ora, uma das características do igualitarismo é, precisamente, abafar as personalidades, para que se fique mais perto do igualitarismo. Vai tudo tendendo para uma espécie de matéria plástica musical.
A propósito, diz Dr. Plinio:
“O característico é um sinal distintivo da
variedade autêntica; é nele que a verdadeira variedade se realiza. [...] A
civilização moderna, pelo contrário, odeia a variedade e idolatra uma
pseudounidade. Ela detesta tudo o que é típico e, em geral, ama o que é
promíscuo e confuso. Abolindo a variedade e colocando em seu lugar uma
uniformidade sem o menor sentido, a Revolução destrói a semelhança da criatura
com o seu Criador”.[3]
Voltemos ao anterior: “O Conselho Superior de
Investigações Científicas da Espanha examinou 464.411 músicas armazenadas na
Universidade de Columbia (USA), que foram gravadas entre 1955 e 2010. E os
resultados não foram muito lisonjeiros para os músicos modernos”.
“Em média, uma canção atual utiliza as mesmas
notas e acordes que uma dos anos 60, apesar de as transições entre acordes serem
um pouco mais simples“, explicou à BBC o professor Álvaro del Corral, um
dos autores do estudo.
Segundo Del Corral, “os timbres atuais são mais
reduzidos, ainda que diferentes”, o que quer dizer que o leque de
instrumentos utilizados é muito menor que no passado. Além disso, “o estudo
diz que as melodias das diferentes músicas que tocam hoje na rádio também se
parecem mais entre si do que no passado”.
Para Álvaro del Corral, a explicação para as diferenças é o fato de que “a música popular é mais uma indústria ou um negócio do que uma arte”.[4]
Termino com Victor Hugo. O famoso literato dizia
que a música é um ruído que
pensa.[5] Se conhecesse a música moderna, talvez ele
dissesse: essa música é um ruído que não pensa! em nada absolutamente!
Ou se pensa, no que será?07 de agosto de 2012
Leo Daniele
[1] Noticia da Radio Holandesa, 11-10-73.
[2] “Cientistas espanhóis comprovam que música atual é mais ‘chata’‒ Estudo diz que canções modernas são versões ’simplificadas’ e mais altas de canções do passado”. O Estado de São Paulo, 3-8-2012.
[3] 1º-2-65.
[4] BBC Brasil in OESP, 3-8-12.
[5] Fragments.
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