Artigos - Globalismo
Estratégias inéditas de marketing para a promoção da camisinha saturaram o salão da conferência.
Edward C. Green, da Universidade Johns Hopkins, afirma que a ênfase exagerada em preservativos, ao invés do foco na conduta é perigoso principalmente entre populações de risco elevado.
(C-FAM) O Fundo de População da ONU fez uma parceria com grupos de direitos sexuais e reprodutivos na última semana de julho para promover uma agenda polêmica de conduta sexual de risco, numa importante conferência internacional de AIDS em Washington.
A XIX Conferência Internacional de AIDS reuniu mais de 20 mil ativistas em torno do tema “Mudando as Coisas Juntos”. Um evento no dia de abertura organizado pela Planned Parenthood (Federação Internacional de Planejamento Familiar, conhecida pela sigla em inglês IPPF), e co-presidido pelo Fundo de População da ONU, “A Ideologia Política da Camisinha:
Tolices, Polêmicas e Pepinos”, propôs “re-energizar” o uso das camisinhas como um método moral e eficaz de prevenção à propagação do HIV.
O evento deu destaque, numa mesa redonda, para participantes do The Pleasure Project (Projeto Prazer), das Católicas pela Escolha e do Departamento de Desenvolvimento Internacional (DfID), da Inglaterra. O debate se estendeu além da prevenção do HIV/AIDS para uma agenda mais ampla que incluía a liberalização e aceitação social da pornografia, contraceptivos e promiscuidade sexual.
O Projeto Prazer, financiado pelo DfID, e DKT International, um dos maiores provedores de camisinhas e aborto médico aos países em desenvolvimento, patrocinaram o evento “Tudo o que Você Sempre Quis Saber sobre Sexo Prazeroso Mais Seguro, Mas Estava Temeroso Demais para Perguntar”. Vendo as atuais campanhas de sexo seguro como “negativas demais” devido ao seu foco nas doenças, risco e resultados negativos, os organizadores do evento promoveram uma estratégia que frisa o “prazer”, com a intenção de “erotizar o sexo seguro”.
Falando no evento da IPPF, a presidente da Católicas pela Escolha (CE), Jon O’Brien, criticou os grupos de base religiosa que trabalham para combater o HIV/AIDS, mas não fornecem camisinhas. A CE repudia os programas de abstinência em seu projeto “Camisinhas para a Vida”. Um evento de CE, “Bons Católicos Usam Camisinhas”, incluía na mesa redonda participantes da IPPF e dos Concerned Clergy for Choice (Clérigos Preocupados Pró-Aborto) que promoveram “uso da camisinha de uma perspectiva religiosa e ética”.
Estratégias inéditas de marketing para a promoção da camisinha saturaram o salão da conferência. O Fundo de População da ONU patrocinou uma “Zona de Camisinhas ao Gosto do Freguês” com o fabricante de camisinhas Durex, UNAIDS e a Cruz Vermelha das Bahamas que deram destaque a uma companhia teatral de dança de camisinhas e sessões diárias de “diálogo” mirando os jovens e focando em tópicos como a sodomia.
Hillary Rodham Clinton, secretária de Estado, falou na sessão plenária de segunda-feira prometendo o compromisso dos EUA com a agenda da conferência e então se desviou do tópico para elogiar a recente Cúpula de Planejamento Familiar de Bill Gates na Inglaterra. “Toda mulher devia ter condições de decidir quando e se quer filhos quer ela tenha ou não o HIV”, disse Clinton. Então ecoando Melinda Gates, Clinton acrescentou: “Não deveria haver ‘Nenhuma Polêmica’”.
Especialistas alertam que o plano de Gates de injetar contraceptivos em milhões de mulheres pobres no Sul da Ásia e África subsaariana ignora pesquisas que ligam o injetável Depo Provera com a propagação do HIV. A Dra. Denise Hunnell estima que a campanha “poderá dobrar os índices de transmissão do HIV”.
Outros especialistas estão preocupados com a promoção de camisinhas para grupos de risco elevado junto com a remoção de estigmas que dizem impedir o acesso ao tratamento, tais como legalizar a prostituição, descriminalizar a sodomia, liberalizar as leis de imigração para trabalhadores do sexo e distribuir agulhas limpas para usuários de drogas.
Edward C. Green, da Universidade Johns Hopkins e ex-diretor do Projeto de Pesquisa de Prevenção de AIDS do Centro Harvard para Estudos de População e Desenvolvimento, argumentou que a ênfase exagerada em preservativos ao invés do foco na conduta é perigoso principalmente entre populações de risco elevado.
“Nossos estudos mostram que há uma ligação sólida, inclusive as ‘Pesquisas de Saúde Demográfica’ financiadas pelos EUA, entre maior disponibilidade e uso de camisinhas e índices mais elevados (não mais baixos) de infecção do HIV”, disse Green.
A ONU estima que mais de 34 milhões de pessoas vivem com o HIV, 7 mil contraindo-o a cada dia. A OMS estima que 30 milhões de mortes relacionadas à AIDS desde 1981 com 1,7 milhões apenas em 2011.
Escrito por Lisa Correnti
07 Agosto 2012
Tradução: Julio Severo
Tradução: Julio Severo
Publicado no ‘Friday Fax’ do C-FAM.
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