"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

TOFFOLI ENFRENTA A LEI, A ÉTICA E A OPINIÃO PÚBLICA PARA FICAR NO MENSALÃO

Ex-advogado do PT, ex-assessor de um dos réus do mensalão e namorado de uma advogada que atuou no processo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli decidiu participar do julgamento.
Na sessão de ontem, o ministro votou contra o pedido para enviar parte da ação penal para tribunais inferiores.
Após afirmar que não descartava questionar a participação de Dias Toffoli no julgamento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, desistiu do pedido.
O procurador cogitou pedir a declaração do "impedimento" ou "suspeição" do integrante do Supremo. Mas disse ontem que isso poderia atrasar ainda mais o julgamento.

Nos bastidores, ministros dizem ter o entendimento de que Toffoli, que foi advogado-geral da União na gestão Lula, deve votar a favor de alguns dos réus por seus laços com o PT. Ele também foi assessor do ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como o "chefe da quadrilha". Em 2007, sua namorada, a advogada Roberta Rangel, já defendeu um dos réus do processo, o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP).

A Folha mostrou ontem que Dias Toffoli escreveu em um documento à Justiça Eleitoral que o esquema do mensalão "jamais" foi comprovado. À época, ele advogava na campanha pela reeleição do então presidente Lula.
 
Ontem petistas defenderam a participação do ministro: "Isso é uma falsa polêmica. Qual é o motivo para ele sair? O Ayres Britto também foi filiado ao PT e candidato pelo PT. Depois que o ministro toma posse, ele julga pelos autos", afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP). O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou não ver razão para que algum dos ministros se declare impedido.
 
(Folha de São Paulo)
 
03 agosto de 2012
in coroneLeaks

Nenhum comentário:

Postar um comentário