"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ADVOGADO DIZ QUE MENSALÃO NÃO FOI FORMAÇÃO DE QUADRILHA, MAS A UNIÃO DE PETISTAS PELO BEM DO BRASIL

Lados opostos – Roberto Gurgel, procurador-geral da República, não aliviou na denúncia contra os acusados da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), cuja leitura consumiu pouco mais de cinco horas.

Gurgel, que pediu a condenação de 36 dos 38 acusados e a expedição de mandado de prisão logo após o término do julgamento, que começou na quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal, deixou de fora da sua mira o ex-ministro Luiz Gushiken e Antonio Lamas por falta de provas.

Os advogados dos réus, por sua vez, voltaram a insistir na tese de que o Mensalão do PT não existiu e foi uma mera invenção da imprensa e dos oposicionistas. Arnaldo Malheiros Filho, criminalista que defende Delúbio Soares, apelou ao non sense ao falar sobre o mensalão.

Disse o caro e conceituado advogado que não pode ser considerada formação de quadrilha a decisão de pessoas – neste caso José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares – de se unirem por causa de um projeto e tentar melhorar o País.

Necessário é reconhecer que Arnaldo Malheiros está sendo pago – e muito bem – para defender Delúbio Soares, o que lhe obriga muitas vezes a chegar aos extremos, mas como integrante da elite da advocacia brasileira não deveria colocar o próprio currículo no patíbulo da inconsequência.

Para provar a existência do Mensalão do PT tomemos por base o “companheiro” Silvio Pereira, que fez um acordo com a Procuradoria da República para não mais ser investigado, em troca da prestação de 750 de serviços comunitários durante três anos. Ora, e não há quem faça um acordo dessa natureza sem ser culpado. Como Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, não tem qualquer vocação para Madre Teresa de Calcutá, o mensalão existiu, sim.

Contudo, sabe-se que o mensalão não apenas existiu, mas uma das opções apresentadas logo no início da era Lula para dar ao governo do ex-metalúrgico ares de eficiência e competência, quesitos que simplesmente inexistem quando o assunto é PT.

A segunda opção de modelo de corrupção, apresentada nos primórdios do governo Lula, é que entrou em vigor logo após o escândalo do Mensalão do PT e continua valendo. A da entrega de ministérios e autarquias aos partidos aliados, os quais assumem o ônus de escândalos, que não têm sido tão eventuais.

03 de agosto de 2012
ucho.info

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