Em reação à ofensiva da oposição, que usa o depoimento do publicitário Marcos Valério para pedir a investigação do ex-presidente Lula, o PT iniciou ontem uma tentativa de contra-ataque. O principal movimento é a criação da chamada CPI da Privataria Tucana, para apurar o processo de privatização de estatais durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No primeiro semestre, PT e aliados já tinham conseguido o número suficiente de assinaturas para a criação da CPI, mas, por acordo, a comissão não foi pra frente.
Ontem, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), admitiu sofrer "forte pressão" de colegas de partido e admitiu a possibilidade de referendar a criação da CPI. "Estou analisando o que eu vou fazer." A CPI só depende do aval de Maia para ser criada. O porta-voz do contra-ataque é o líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto (SP). Ele conseguiu, após acordo com o senador Fernando Collor (PTB-AL), aprovar um convite para que FHC seja ouvido no Congresso e dê explicações sobre a "Lista de Furnas", documento que registra supostos repasses de recursos, pela estatal elétrica, a 156 políticos, grande parte deles do PSDB, durante a campanha de 2002. A autenticidade da lista é objeto de controvérsia.
Já Collor conseguiu aprovar, com o aval de Tatto, convite ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusador do mensalão. O líder do PT também pediu que o Conselho Nacional do Ministério Público investigue a conduta das procuradoras que tomaram o depoimento prestado por Valério, Cláudia Sampaio e Raquel Branquinho. Ele quer saber se elas vazaram o depoimento.
(Folha de São Paulo)
13 de dezembro de 2012
in coroneLeaks
Nenhum comentário:
Postar um comentário