O futuro dela e da família, porém, já está garantido.
No final de novembro, quando irrompeu o escândalo da Operação Porto Seguro, desfechada pela Polícia Federal para desbaratar corrupção, venda de pareceres e tráfico de influência nas agências reguladoras, envolvendo Rosemary Noronha, então chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, o sinal vermelho e a sirene de alerta imediatamente foram acionados no governo, no PT e no Instituto Lula.
Na época, a jornalista Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, que é frequente interlocutora de José Dirceu, divulgou que “uma linha direta foi estabelecida entre Lula e Rosemary Noronha, ex-secretária da Presidência da República em SP. Os dois conversaram depois de deflagrada a Operação Porto Seguro, que indiciou a ex-servidora sob acusação de tráfico de influência e corrupção”.
Ainda segundo a jornalista, “a conversa de Lula com Rose, como é conhecida, teve o objetivo de acalmar a ex-secretária”, que estava cobrando dos dirigentes do PT que o partido também saísse em sua defesa, assim como sempre faz com Lula, Dirceu, Genoino, Delúbio etc.
BLINDAGEM
Foi então montada a operação para esconder Rose e blindar Lula, o que não é nada simples. Desde então, tanto o ex-presidente quando sua companheira preferencial de viagens (visitas a 32 países, no período de menos de três anos) estão fugindo da imprensa. No período de três meses, até agora Lula não deu nenhuma entrevista.
Em todo evento de que participa, ele escapa sempre pelos fundos, uma situação constrangedora. Nesse período, deu duas entrevistas à TVT, uma televisão criada por sindicatos ligados ao PT, mas isso não conta, porque os entrevistadores só perguntam o que Lula permite.
Foi o pior fim de ano da vida de Rose, Lula não ligou, não houve trocas de presentes. Toda a intermediação entre os dois é feita pelo Instituto Lula (leia-se: Paulo Okamotto, Clara Ant, José de Filippi Júnior, Luiz Dulci e Paulo Vannuchi).
FUTURO INCERTO
Até agora, conseguiram conter Rose, mas o problema é garantir o futuro dela e da família. Como se sabe, em função do escândalo, ela, o ex-marido, o atual e a filha mais velhas perderam os empregos, simultaneamente. Portanto, terão de ser convenientemente sustentados “per secula seculorum”, como se dizia antigamente, ou “até o final dos tempos”, como pregam os religiosos.
Por enquanto, a conta é paga indiretamente pelo Instituto Lula, mas o objetivo é, a médio prazo, transferir essa obrigação para empresários ligados ao PT e ao governo, que sempre são muito solícitos nesses momentos de dificuldades, a exemplo do aconteceu com a repórter Miriam Dutra, que foi “asilada” pela Rede Globo na Espanha para atender aos interesses de Fernando Henrique Cardoso, que pensava ser pai de um filho dela, até assumiu em cartório a paternidade e depois soube que o pai era outro, vejam só que decepção esse homem teve.
E la nave va, fellinianamente.
04 de fevereiro de 2013
Carlos Newton
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