Em seu último discurso como presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) fez um discurso cheio de críticas à imprensa e ao poder Judiciário, com quem trocou farpas no final do ano passado por conta do julgamento do mensalão. Ele destacou a importância do Poder Legislativo e recriminou a imprensa pelas críticas ao Parlamento brasileiro.
Mesa Diretora da Câmara
Em 2012, ao final do julgamento do mensalão, Maia divergiu do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a cassação dos mandatos dos deputados condenados pelo Supremo. O deputado defende que a decisão de cassar ou não os mandatos é do Legislativo, ao contrário do que quer o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.
Barbosa disse que "o deputado Marco Maia não será a autoridade do Poder Legislativo que terá a incumbência de dar cumprimento à decisão do Supremo. Portanto, o que ele diz hoje não terá nenhuma repercussão no futuro ou no momento adequado da execução das penas decididas pelo plenário."
Sobre a imprensa, Maia afirmou hoje que a mídia questiona a existência do Legislativo.
"Uma nação democrática não pode prescindir das contribuições do Poder Legislativo. É com profunda indignação e repulsa que ainda vemos setores da sociedade e da grande imprensa questionar a existência do Poder Legislativo. Não podemos compactuar com questionamentos dessa natureza. A maior fonte de expressão da opinião pública não se concretiza em editoriais de jornais. A maior expressão da vontade popular está representada nessa Casa", avaliou o deputado petista.
"É do conhecimento de todos os que atuam no parlamento que a busca do diálogo e construção de acordo para votação de propostas polêmicas não são tarefas fáceis. Acredito que a principal razão para a expressiva produção legislativa nos últimos anos foi o incansável trabalho dos líderes da Câmara dos deputados", continuou.
Maia ressaltou ainda que "as mudanças positivas que o Brasil soube construir nos últimos anos tem se expressado no debate das grandes questões que pautaram a produção legislativa".
Novo presidente
Após eleger o senador Renan Calheiros (AL) mesmo sob uma enxurrada de denúncias de irregularidades, o PMDB também é favorito para fazer o novo comandante da Câmara dos Deputados na eleição desta segunda-feira (4).Assim como seu correligionário no Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) vem sendo alvo de inúmeras denúncias. Ele concorre com Rose de Freitas (ES), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
04 de fevereiro de 2013
Camila Campanerut e Marina Motomura
Do UOL
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