Como se esperava, Lewandowski não tem pressa para julgar Renan Calheiros no Supremo
No Supremo Tribunal Federal, o relator do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é o ministro Ricardo Lewandowski. Como Se sabe, o novo presidente do Senado está sendo acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter praticado três crimes – peculato, falsidade ideológica e utilização de documento falso.O documento com as denúncias foi apresentado ao Supremo na semana retrasada, mas nem mesmo essas graves acusações foram suficientes para inviabilizar a eleição de Renan Calheiros, vejam a que ponto de degradação chegou a política brasileira.
Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os delitos foram cometidos quando Calheiros usou a verba de representação de seu gabinete para fins não previstos em lei. “Ele comprovou isso com notas frias. O serviço, na verdade, não foi prestado, por isso caracteriza peculato”.
Em entrevista à excelente repórter Débora Zampier, da Agência Brasil, Gurgel voltou a rejeitar a tese de que a denúncia teve motivação política e disse que o Ministério Público não podia ficar subordinado ao calendário político, por isso remeteu as denúncias ao Supremo uma semana antes da eleição para a presidência do Senado, marcada para a última sexta-feira.
“Havia duas alternativas: oferecer a denúncia antes, como eu fiz, ou aguardar para oferecer depois. Como certamente se afirmaria que o Procuradoria não teria oferecido a denúncia antes para evitar qualquer embaraço à eleição do senador Renan, então eu preferi apresentar antes”, disse o procurador.
Segundo Gurgel, a denúncia não foi apresentada no ano passado porque ele estava ocupado com o julgamento do mensalão, que dominou a pauta do STF durante o último semestre de 2012. “Se não tivesse o mensalão, provavelmente, essa denúncia teria sido oferecida antes”, disse ele à repórter da Agência Brasil
LEWANDOWSKI NÃO TEM PRESSA
O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, disse ainda não tomou conhecimento da denúncia, que tem apenas 15 páginas, pois voltou de recesso sexta-feira. Também informou que não deve tirar o sigilo do processo porque há informações fiscais e bancárias confidenciais do senador e de outras pessoas envolvidas.
Lewandowski disse ainda que não pretende dar prioridade ao processo de Renan Calheiros, acrescentando que não há previsão para levar o caso ao plenário. “É um processo que será examinado normalmente dentro do cronograma de exame dos processos que tenho dentro do meu gabinete”, comentou.
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