"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 9 de maio de 2013

NO REINO DA IMPUNIDADE, SÉRGIO CABRAL ENTREGA O MARACANÃ A EIKE E JUSTIFICA 200 MILHÕES DE GASTOS ADICIONAIS




Reportagem de Carolina Oliveira Castro, no Globo Online, mostra que mais uma anunciada armação do governador Sergio Cabral foi completada com êxito. Como já se sabia, o consórcio Maracanã S.A – formado pelas empresas Odebrecht (90%), IMX (5%), de Eike Batista, e a americana AEG (5%) – ganhou a concorrência pública para administrar o estádio pelos próximos 35 anos.

O anúncio do novo administrador do palco da final da Copa do Mundo de 2014 foi feito nesta quinta-feira, no Palácio Guanabara, onde foram abertos os envelopes com as garantias dos dois consórcios que estavam na disputa.

O resultado transforma a AEG (Anschutz Entertainment Group) no maior administrador de estádios no Brasil. Com sede em Los Angeles, nos EUA, a empresa é responsável pela administração de 120 arenas em todo o mundo. Entre as quais, estão as brasileiras Arena da Baixada (Curitiba), Arena Pernambuco e Arena Palestra (do Palmeiras, em São Paulo). A empresa pretende concorrer também à administração do Mané Garrincha, em Brasília. Mesmo tendo só 5% de participação no consórcio, a empresa foi fundamental para o consórcio na disputa. A AEG, das três, era a única que cumpria o requisito, exigido por edital, de ter experiência em administração de estádios.

IMPREVISTOS DE 200 MILHÕES

O governo do estado atribuiu a "imprevistos" o gasto adicional de cerca de R$ 200 milhões na reforma do Maracanã. Mas não discriminou quanto gastará em cada um dos "fatores alheios à vontade" do consórcio responsável pela reconstrução do estádio.

Em nota oficial, o governo afirma que "uma obra dessa magnitude pode enfrentar obstáculos imprevisíveis ao longo da sua execução". O principal deles, diz, "foi o expressivo aumento de quantitativo de recuperação e reforço estrutural e de demolição verificadas". Segundo a nota, ao longo da reforma, os técnicos descobriram que as estruturas das rampas monumentais e de cinco pavimentos do estádio precisavam ser recuperadas.

Um reforço metálico sob a arquibancada, segundo o governo, também justificou o aditivo. "Os impactos de todos os imprevistos", diz a nota oficial, adiariam a conclusão da obra para setembro deste ano, já depois da Copa das Confederações. Por isso, "optou-se pela adoção de metodologia diferenciada para as arquibancadas (estruturas metálicas) e implantação de medidas de aceleração (turno adicional e horas extras)", o que elevou o valor final do contrato para R$ 1,12 bilhão.

09 de maio de 2013
Carlos Newton

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