"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 25 de junho de 2013

O OCASO DO BOI


 
2013, 13 anos no poder e desde 1977 manipulando o seu criador e todos que o convidaram à suas mesas em convescotes inesquecíveis.
 
Mas tudo mudou com o refrão, quarta-feira passada à noite, no Gulag de SBC, era entoado alto e em bom som : “DESCE LADRÃO”.
 
Os assessores aspones dos gabinetes reclamam da violência dos manifestantes, entoando um ode dos desesperados náufragos.
 
Quem não se recorda, nestes deliciosos atuais momentos, das “gentilezas” com que os trabalhadores eram tratados nas portas das fábricas pelos “piqueteiros” durante os movimentos liderados pela “criatura golberyana”.
 
Os “mensalistas” eram constrangidos e chamados de variados impropérios e em sua vã tentativa de resistência eram removidos dos escritórios com aquela eficaz corda lambuzada de graxa: a Teresa.
 
As funcionárias ficavam horrorizadas e em pânico corriam de suas escrivaninhas, buscando um auxílio que nunca chegou.
 
“Vaca-loca”, “agora vâmo barbarizar” constituem exemplos  do mote naqueles longínquos dias de inglória.
 
O que seria aquilo no entendimento dos atuais donos do Poder, como chamariam?
 
O Boi era uma figura icônica, quase não aparecia, quasecovarde, mas desde então já exercia o “domínio do fato”. Em seu nome tudo se falava e tudo a ele se atribuía, era o embrião de 2013.
 
A farsa dos helicópteros sobrevoando a vila Euclides foi uma “apedêutica” apoteose, ali já percebíamos que o mal já estava instalado.
 
O ardil fora minunciosamente armado e os anos e décadas vieram. Quantas foram as oportunidades de testemunharmos, calados pela massa, as manobras que se engendravam, dissimulações e traições no preparo da tomada do poder, primeiro SBC depois o mundo.
 
Podres alicerces sustentam o atual regime, que com a carga excessiva do seu hegemônico gigantismo, agora compromete suas fundações,  originando uma precoce e irreparável fadiga.
 
As fissuras tornam-se rachaduras, irreparáveis mesmo por aqueles “cumpanhêro soldadô” que eram pau para toda obra. As partes e facções que soçobram acusam-se tornando-se autofágicas.
 
O Estado Maior do Mal junta seus trapos e tenta uma salvadora manobra de marketing que poderá não alcançar seus deletérios intentos.

25 de junho de 2013
Alberto Mendes Júnior é Engenheiro-Operário de chão de Fábrica.

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