Artigos - Governo do PT
“Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”.
Então, pois, o impotéce aconsível: o que Graça Salgueiro, incansável estudiosa dos lances revolucionários do Foro de São Paulo (que, obviamente, não existe, segundo a sapiência de alguns próceres liberais) contra as Forças Armadas nos países da Iberoamérica vinha advertindo, sem resultados, aos militares brasileiros, aí está: criada e instalada a “Comichão da Verdade” para investigar os “crimes da ditadura”. Fui testemunha de como Graça foi tratada com desdém inúmeras vezes: ora, uma baixinha nordestina vir dar lições aos poderosos milicos do Brasil! Isto é impossível no Brasil! Blogueiros tucanos que adoram ser chamados de “rei” desdenharam! Aqui é impossível, e o impossível não acontece! Mas o impotéce aconsível, senhores! E com o vergonhoso aplauso dos chefetes atuais da “ativa” (ou passiva?): os quatro comandantes (de quê?) estavam na reunião e aplaudiram sem grandes pejos à criação do Ministério da Verdade (MINIVER, em novilíngua), baseado nos princípios do “amor à verdade” com direito a chororôs da “presidenta” e aplausos efusivos do príncipe dos sociólogos imbecilóides, de um sorridente idiota “filhote da ditadura” e de um dos titios dos maiores beneficiários da dita (dura ou mole!), criador de marimbondos fogáceos!
Está oficialmente instalado o Miniver, e os investigados serão entregues aos cuidados do MINIAMOR (Minitrue & Miniluv, no idioma newspeak, novilíngua, do romance 1984, de George Orwell). Como se sabe, o mundo de Orwell estava dividido em três potências em constante guerras entre si. Numa delas, Oceania, tinha-se estabelecido o Ingsoc (de English Socialism) cujo “Partido Interno” dominava o país do Partido Externo e os proles (os proletários, que nem identidade possuíam). A dominação era exercida por quatro ministérios: da Verdade, do Amor, da Abundância e da Paz.
Na sede do primeiro estavam as palavras: “Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”, demonstrando claramente qual era – e é agora, aqui entre nós – o verdadeiro sentido da palavra verdade. Em novilíngua, quem tentar expressar a verdade que se conhece – o terrorismo e a guerrilha que queriam dominar o país transformando-o numa Cuba de dimensões continentais – incorre numa opinião heterodoxa.
Dizer que aqueles, inclusive os que hoje ocupam altos cargos, são criminosos que merecem também ser investigados, é impensável: seria como dizer que o Grande Irmão é imbom, forma compacta de dizer que é mau. Quem sequer pensa nisto incorre numa crimidéia, comete o terrível crimepensar!
No entanto, o erro de Orwell foi acreditar que o fascismo que observava seria sempre assim, terrível e assustador. Como disse Jonah Goldberg no livro Liberal Fascism (Fascismo de Esquerda, Ed. Record), quando o novo fascismo chegar não haverá botas atropelando pessoas nem balas matando, mas belas palavras de amor e proteção contra as quais quem se insurgir é um mal agradecido e rancoroso. Tudo será feito por e com amor ao próximo. Orwell não se deu conta de que a lavagem cerebral gramsciana já estava em plena atividade.
Assim é o novo Miniamor, para onde serão entregues os milicos que enfrentaram de armas na mão ladrões, terroristas e guerrilheiros, expondo suas próprias vidas e as de seus familiares e ora se vêem abandonados por seus pares da passativa (seria assim em Novilíngua?). Ora, afirma chorosa a “presidenta”, só queremos descobrir a verdade e proteger os familiares dos caídos em combate que ainda não conseguiram enterrá-los. “Não nos move nenhum desejo de vingança”, somos apenas paz e amor!
Mas, cuidado com a Sala 101 do Miniluv, onde se encontra “a pior coisa do mundo”...
Revanchismo ou... controle mental do futuro?
“Quem controla o passado, controla o futuro, quem controla o presente controla o passado”.
Numa das salas do MINILUV, o interrogador O’Brien pergunta ao interrogado, Winston, funcionário do MINITRUE, com a mão num controle de voltagem com o qual aplica os choques, dependendo se a resposta “for certa” ou “errada”:- Na tua opinião Winston, o passado tem existência real? (…) Existe concretamente no espaço?
- Não
- Então onde é que existe o passado, se é que existe?
- Nos registros, está escrito.
- E em que mais?
- Na memória dos homens
- Muito bem. Nós, o Partido, controlamos todos os registros e todas as memórias. Controlamos o passado, não é verdade?
- Mas como pode impedir que a gente lembre das coisas? É involuntário, está fora do indivíduo. Como podes controlar a memória? Não controlaste a minha!
- Ao contrário, foste tu que não a controlaste. Por isto estás aqui: porque fracassaste em humildade e disciplina. Não queres fazer o ato de submissão, que é o preço da sanidade. (…) Lembras que escreveste em teu livro: ‘Liberdade é a liberdade de escrever que dois mais dois são quatro’?
O’Brien mostra a mão esquerda com o polegar oculto e pergunta:
- Quantos dedos tenho aqui, Winston?
- Quatro.
- E se o Partido disser que são cinco….quantos?
- Quatro!
Uma explosão de dor com alta carga de voltagem
Depois de várias descargas Winston não sabe mais quanto são e, em seu desespero, diz:
- O que você quiser, 4, 5 o que seja mas pára!!!
- Não Winston, assim não adianta. Estás mentindo. É preciso que acredites que pode ser 4, 5, 3 ou nenhuma ou todas ao mesmo tempo! Depende do que Partido diga!
(Depois disto Winston é mandado para a Sala 101)
Embora as funções de Winston no Minitrue fossem exatamente apagar o que o Partido desejava que fosse apagado e criar o passado que o Partido quisesse criar para controlar o futuro, ele não tinha apreendido o “espírito da coisa”: as respostas não interessavam, mas sim a destruição do próprio conceito de verdade!
Tenho insistido com amigos militares da reserva que me honram com convites, como o último, para integrar o Painel “1964 – A Verdade” em 29 de março passado, que não se deixem iludir pela ideia de que as investigações da ‘Comichão da Verdade’ terão caráter revanchista’. Como já se enganaram acreditando que os processos indenizatórios tinham o caráter que lhe emprestou Millôr Fernandes: de investimento, como se o interesse fosse apenas pecuniário.
Como afirmei no post de ontem, Orwell anteviu um futuro com os olhos do seu presente imediato, sem se dar conta de que os choques elétricos não mais seriam no futuro em que estamos. Os choques foram suaves e paulatinas mudanças nos livros didáticos e as notas que dizem o que é certo ou errado e na plena dominação hegemônica da mídia.
Exemplos imaginários:
1- Qual o papel do Brasil na Guerra do Paraguai?
R 1- Lutaram contra um tirano, Solano López, e venceram limpidamente. NOTA: zero
R 2 – Massacraram os pobres paraguaios que lutavam por sua liberdade. Cumpriram a finalidade imperialista, hoje exercida pelos americanos. NOTA: Dez!
Os primeiros sabiam que precisavam mentir para passar. Hoje, dificilmente! Todos se convenceram, principalmente depois dos ‘anos de chumbo’ que os militares brasileiros não passam de tiranos torturadores.
Não se enganem com as pesquisas que indicam alto índice de aprovação das Forças Armadas. A Igreja Católica também tem altos índices, num país cuja maioria segue rituais africanos, orientais ou coisa nenhuma. Por inércia, dão nota alta à Igreja. Mas pergunte: e quanto à pedofilia? Ah, bom aí a Igreja é culpada, os padres deveriam casar para resolver seus problemas sexuais! (Já ouvi esta barbaridade de pessoas que se dizem católicas!)
Ora, os casos de pedofilia na Igreja sequer atingem 3% do total, o restante é distribuído uniformemente por todos os grupos gay – os mesmos que têm ojeriza à Igreja, à Bíblia e aos Mandamentos.
Um exemplo real: terminada a II Guerra Mundial, Stalin não poderia reconhecer que a mesma tinha sido iniciada pela aliança Germano-Soviética, engendrada pelo Pacto Mólotov-Ribbentropp. O que fizeram, ele e seu Comissário para Cultura, Andréi Zhdánov? Criaram a mentira, em que muitos ainda acreditam, chamada Grande Guerra Patriótica iniciada em 1941 pela invasão da URSS pela Wermacht, em não em 1939 com a inspiração direta de Stalin, da qual Hitler era apenas uma peça no xadrez russo.
Querem ver como atua a mídia ainda hoje para calar a boca de quem quer falar a verdade?
Assistam abaixo ao vídeo da entrevista em que Bolsonaro tenta falar a verdade, sem saber que os entrevistadores conhecem muito bem a verdadeira intenção do programa!
20 de maio de 2012
Heitor De Paola
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