"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 26 de julho de 2012

ARQUEOLOGIA ADMINISTRATIVA

Se um dia nos livrarmos do “albatroz” (*) pendurado nos nossos ombros, representado pela administração do PT e de seus aliados vai ser necessário um trabalho de arqueólogo para sabermos para que serviam as leis, portarias e outras medidas administrativas quais eram as funções realmente necessárias para governar o país o que precisava ser feito quando e quem o fazia.


O país já não era nenhuma maravilha antes de Lula e das centenas de milhares de contratados do governo que passaram a ter uma mesa uma cadeira e talvez um terminal de computador, mas com a enxurrada de aspones federais existente não ficará nem mesmo simples saber quem deve ser despedido. Será necessário escrever um “quem é quem e faz o que” do Brasil.
Cento e tantos milhares de corpos, na maioria inúteis, reescrevendo o manual de como administrar o Brasil durante doze anos sempre inserindo alguma cláusula que lhe permita fazer cera ou amealhar prêmios já deixaram o país desfigurado.
Alguém terá de sentar e descobrir o que é que precisa ser feito todos os dias todos os meses, todos os anos e de onde deviam vir os recursos.
Essencialmente o tumor é tão profundo que me parece que vai ser como um país em que aconteceu um cataclismo e de repente os sobreviventes precisam organizar o caos onde nada tenha sobrado.
Talvez seja vantagem destruir todos os prédios de Brasília com seus arquivos, pastas e memórias virtuais dentro. Assim será mais fácil começar de novo.
Aos burocratas federais desempregados que reclamarem fica a seguinte consolação: Se realmente forem competentes não lhes faltará oportunidade de trabalho e progresso. Apenas com regras completamente novas. 

(*) O Alabatroz (foto) se refere ao conto do marinheiro da antiguidade que matou um albatroz que pousara no navio e por causa disto veio a ter azar pelo resto da vida.

Resposta para ARQUEOLOGIA ADMINISTRATIVA

leguene disse:

26/07/2012

Há somente uma possibilidade de ocorrência dessa hecatombe. Todos perderem. Enquanto os nossos governantes estiverem satisfeitos com a situacão, pouco importa a carga que leva no lombo o povão.

Mas se as coisas começarem a se degradar ao redor do trono, então crescerá a possibilidade de alguma mudança. Sabe-se da competência que os nossos políticos têm de dar nó em fumaça e beliscão em água. Não importa em que regime estejamos.

Uma vez chegado ao poder, os sentimentos que os levaram até alí, se um dia foram altruístas, se desfazem como núvem em meio à ventania. Os que lá chegam se adequam, assimilam os novos hábitos e os poucos que se indignam não têm força para alterar coisa alguma. O poder se torna um vício muito mais dependente do que qualquer droga conhecida.

O novo eleito, ou concursado, ou apaniguado, imediatamente começa a se sentir partícipe de uma classe diferenciada. Como diz Lula, começa a se sentir incomum. E cobra caro, muito caro para que a população se orgulhe desses nobres. Se começar a minguar o volume em dinheiro arrecadado via impostos, não sobrará o suficiente nem para saciar a furia da máquina.

No Brasil, os grandes investimentos sempre foram bancados pelo Estado, mas com o inchamento do Estado, as demandas de sua obrigação (saúde, educação, segurança e logística) foram sendo postergadas e estamos chegando a um impasse.

O Estado parasita não consegue mais tirar do hospedeiro o suficiente para bancar as duas coisas, o pessoal e o investimento.

O Estado ainda colocará sua máquina arrecadadora na ponta dos cascos indo buscar imposto até na compra de chiclete, mas, como veremos, os funcionários públicos estão descontentes com o que ganham em todas as instituições. As greves estão aí para não me deixarem fantasiar.

Não se sabe por quanto tempo estaremos sujeitos ao humor econômico mundial e a entrada de dinheiro via exportação é dependente desse humor. Dez anos de poder e o PT conseguiu colocar seus prosélitos sob os lençóis macios do Estado com a promessa de mudar tudo isso que está aí. Mas ninguém é de ferro.

Quando se sai de uma 51 para um escocês de 18 ou 24 anos, nunca mais se quer voltar àquela condição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário