Presidente da sigla, Rui Falcão, deve rebater as acusações do Ministério Público e dizer que não há provas contra os réus.
Temendo um possível impacto do julgamento do mensalão nas eleições, o presidente do PT, Rui Falcão, gravará um vídeo amanhã em que tentará desvincular o ação no STF (Supremo Tribunal Federal) do partido.
A iniciativa ocorrerá a seis dias do início do julgamento, marcado para 2 de agosto.
"O que foi discutido é que a mensagem mostre que o julgamento não é do PT, mas das pessoas [rés no processo]", disse o secretário nacional de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).
O vídeo deve ser postado no site da sigla logo após a gravação que ocorrerá na sede do partido, em São Paulo.
Segundo a Folha apurou com integrantes da cúpula do partido, Rui Falcão também deve dizer que não há provas contra os réus e que, se o julgamento se ativer aos fatos, eles serão absolvidos.
O presidente do PT rebaterá ainda as acusações da Procuradoria-Geral da República de que houve uso de verba pública no esquema. E vai reiterar o argumento petista de que não houve compra de votos a favor dos projetos de interesse do governo Lula.
O texto a ser lido no vídeo ainda não foi concluído, mas vem sendo costurado para servir como resposta à crescente demanda nos últimos dias por parte da imprensa sobre o episódio.
Após a gravação, a ideia de Falcão é deixar o tema de lado e responder apenas a "questões pontuais" que surgirem ao longo do julgamento. Na próxima semana, ele tem agenda prevista no Nordeste (Bahia, Ceará e Piauí).
Ao longo dos últimos três meses, o petista já recorreu pelo menos duas vezes a vídeos para se pronunciar sobre o caso do mensalão.
Em abril, ele defendeu a criação da CPI do Cachoeira para investigar o então senador (que acabou cassado) Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
No vídeo, o petista diz que era preciso desmascarar os "autores da farsa do mensalão". Isso levou a oposição a dizer que a estratégia petista era mascarar a repercussão do julgamento com a CPI.
Em maio, Falcão voltou ao estúdio, desta vez para defender o ex-presidente Lula. O vídeo foi feito em meio às declarações do ministro do STF Gilmar Mendes de que Lula teria proposto um acordo para adiar o julgamento.
"Vamos desbaratar mais esta manobra daqueles que querem desmoralizar o PT, o presidente Lula, com nítidos objetivos eleitoreiros", disse.
Erich Decat, de Brasília
26 de julho de 2012
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