A Globonews, canal a cabo da Rede Globo, anunciou a partir da semana passada, e vem repetindo o anúncio, que vai transmitir o julgamento do Mensalão 2005 que começa no próximo dia 2 de agosto. Se assim a emissora decidiu, é porque obteve autorização do ministro Carlos Ayres Brito, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Com isso, como é natural, aumenta o interesse da opinião pública sobre o desfecho do escândalo que abalou o primeiro governo Lula, piora a posição dos 38 acusados. Sem dúvida. Se coubesse aos advogados de defesa decidir, jamais escolheriam sessão aberta. Mas é assim que vai ser. Aliás, de acordo com a lei. Os julgamentos são públicos. Não devem, portanto, ficar restritos às dependências da Corte. Muito pequena para o interesse natural em torno do caso. O ministro Ayres Brito agiu certo.
Aproximando-se a reta final do processo, duas matérias publicadas na imprensa referem-se ao Mensalão. Reportagem de Rodrigo Rangel, revista Veja que está nas bancas desde sábado, sobre uma tentativa de chantagem de Marcus Valério contra o ex-presidente Lula. Ele ameaça revelar detalhes de encontro que teria havido com Luis Inácio. Chantagem, seja ela qual for, é algo repugnante. É claro que Marcus Valério não terá sucesso.
Nem poderia. Em primeiro lugar, Lula não é acusado, não se encontra incluído no processo. Em segundo, o que poderá o próprio Valério fazer? Nada. Incriminar alguém não o livra das acusações que pesam sobre ele. As fotos que acompanham o texto são de Eduardo Knapp, Rodrigo Clemente, André Borges, Sérgio Dutti, Eduardo Nadar.
Num dos blocos da reportagem de Rodrigo Rangel é estampada capa de número anterior da Veja, sustentando a acusação que Marcus Valério, procurou tempos atrás, indiretamente pressionar o governo anterior para que fizesse chegar-lhe às mãos a importância de 200 milhões de reais.
O preço do silêncio. Pelo que se lê agora, a proposta foi rejeitada. Caso contrário, Marcus Valério não retomaria a ofensiva. Esta, da Veja, foi uma das matérias a que me referi. A outra, do jornal O Estado de São Paulo, também de sábado.
De autoria de Mariângela Galuci, João Domingos e Marta Salomon, ela focaliza a recente decisão do Tribunal de Contas, com base em relatório da ministra Ana Arraes, que considerou legítimo o contrato de publicidade entre o Banco do Brasil e a DNA, agência de Marcus Valério, uma das fontes do propinoduto.
Os advogados do publicitário, claro, vão tentar usar a decisão do TCU para aliviar o peso da culpa que recai sobre os ombros do surpreendente personagem. História de um homem comum que, ao lado de outros, foi capaz de abalar o poder. Mas esta é outra questão.
O caso objeto de decisão do TCU, repasse do bônus publicitário, na verdade nada tem com o uso da importância que gerou. Situação semelhante à de alguém que tenha um bom salário e use uma parte dele para subornar. A fonte é legítima, a finalidade não.
Uma coisa nada tem a ver com outra. Isso de um lado. Mas há outro ângulo. É preciso saber o que é bônus publicitário. Os meios de comunicação, especialmente a TV, usam para atender a grandes clientes. O Banco do Brasil um deles. Mas se é feito para atender a grandes clientes, seu destino não pode ser as agências de publicidade. Está evidente.
A decisão do TCU foi equivocada. A bonificação deve ser destinada a quem paga, não a quem veicula. Se o presidente do TCU, ministro Valmir Campelo, mandasse fazer uma pesquisa no mercado, veria logo o erro ocorrido. Pergunte ao TCU às Casas Bahia, maior anunciante do país, volume de 1 bilhão e 200 milhões por ano, para que bolso vai o bônus concedido.
Com isso, como é natural, aumenta o interesse da opinião pública sobre o desfecho do escândalo que abalou o primeiro governo Lula, piora a posição dos 38 acusados. Sem dúvida. Se coubesse aos advogados de defesa decidir, jamais escolheriam sessão aberta. Mas é assim que vai ser. Aliás, de acordo com a lei. Os julgamentos são públicos. Não devem, portanto, ficar restritos às dependências da Corte. Muito pequena para o interesse natural em torno do caso. O ministro Ayres Brito agiu certo.
Aproximando-se a reta final do processo, duas matérias publicadas na imprensa referem-se ao Mensalão. Reportagem de Rodrigo Rangel, revista Veja que está nas bancas desde sábado, sobre uma tentativa de chantagem de Marcus Valério contra o ex-presidente Lula. Ele ameaça revelar detalhes de encontro que teria havido com Luis Inácio. Chantagem, seja ela qual for, é algo repugnante. É claro que Marcus Valério não terá sucesso.
Nem poderia. Em primeiro lugar, Lula não é acusado, não se encontra incluído no processo. Em segundo, o que poderá o próprio Valério fazer? Nada. Incriminar alguém não o livra das acusações que pesam sobre ele. As fotos que acompanham o texto são de Eduardo Knapp, Rodrigo Clemente, André Borges, Sérgio Dutti, Eduardo Nadar.
Num dos blocos da reportagem de Rodrigo Rangel é estampada capa de número anterior da Veja, sustentando a acusação que Marcus Valério, procurou tempos atrás, indiretamente pressionar o governo anterior para que fizesse chegar-lhe às mãos a importância de 200 milhões de reais.
O preço do silêncio. Pelo que se lê agora, a proposta foi rejeitada. Caso contrário, Marcus Valério não retomaria a ofensiva. Esta, da Veja, foi uma das matérias a que me referi. A outra, do jornal O Estado de São Paulo, também de sábado.
De autoria de Mariângela Galuci, João Domingos e Marta Salomon, ela focaliza a recente decisão do Tribunal de Contas, com base em relatório da ministra Ana Arraes, que considerou legítimo o contrato de publicidade entre o Banco do Brasil e a DNA, agência de Marcus Valério, uma das fontes do propinoduto.
Os advogados do publicitário, claro, vão tentar usar a decisão do TCU para aliviar o peso da culpa que recai sobre os ombros do surpreendente personagem. História de um homem comum que, ao lado de outros, foi capaz de abalar o poder. Mas esta é outra questão.
O caso objeto de decisão do TCU, repasse do bônus publicitário, na verdade nada tem com o uso da importância que gerou. Situação semelhante à de alguém que tenha um bom salário e use uma parte dele para subornar. A fonte é legítima, a finalidade não.
Uma coisa nada tem a ver com outra. Isso de um lado. Mas há outro ângulo. É preciso saber o que é bônus publicitário. Os meios de comunicação, especialmente a TV, usam para atender a grandes clientes. O Banco do Brasil um deles. Mas se é feito para atender a grandes clientes, seu destino não pode ser as agências de publicidade. Está evidente.
A decisão do TCU foi equivocada. A bonificação deve ser destinada a quem paga, não a quem veicula. Se o presidente do TCU, ministro Valmir Campelo, mandasse fazer uma pesquisa no mercado, veria logo o erro ocorrido. Pergunte ao TCU às Casas Bahia, maior anunciante do país, volume de 1 bilhão e 200 milhões por ano, para que bolso vai o bônus concedido.
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