Banditismo e aparelhamento
O Estadão vem dando um
verdadeiro banho na cobertura nessa história da Receita Federal. A reportagem de
Leandro Colon na edição de hoje evidencia que a cúpula da Receita Federal agiu
para esconder o claro viés político-eleitoral da violação do sigilo de Verônica
Serra. O objetivo era proteger a candidatura do PT à Presidência, Dilma
Rousseff. Pior do que isso: Otacílio Cartaxo, secretário da Receita, e o
corregedor do órgão deram uma entrevista coletiva negando qualquer ilação
"político-partidária" na invasão do sigilo. Os documentos que eles tinham em
mãos diziam o contrário. Leiam.
*
Documento da Receita Federal obtido pelo Estado revela que a corregedoria do órgão já trabalhava desde o dia 20 de agosto com uma linha de investigação que apontava para uma violação político-eleitoral do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra, e de outros quatro tucanos.
A suspeita de violação política, porém, foi "confinada" na corregedoria, enquanto a cúpula do Fisco e integrantes do governo unificaram um discurso público em direção contrária para despolitizar o episódio e blindar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT).
Ao pedir para verificar se os dados fiscais de Verônica haviam sido violados, a comissão da corregedoria mencionou os demais tucanos alvos de quebra de sigilo e vinculou esses nomes, inclusive o da filha do candidato, a reportagens sobre o dossiê que foi parar na campanha de Dilma.
O documento tem o registro das 17h de 20 de agosto. Chamado de "ata de deliberação", o teor revela os motivos que levaram a comissão da Receita a verificar se os dados de Verônica foram violados: o polêmico dossiê.
"… E tendo em vista que emergiu dos autos acessos aos conteúdos das declarações de Imposto de Renda de outros nomes da política nacional… e ainda tendo em vista que foi noticiado pela mídia jornalística, dentre eles O Globo (reportagem anexa à presente ata), de que havia suspeição que Verônica Serra, filha de José Serra, também poderia ter sido alvo de quebra de sigilo fiscal", diz trecho do documento.
A reportagem mencionada pela comissão foi publicada em maio, cita Verônica Serra e trata da crise instalada na campanha de Dilma por causa do dossiê contra os tucanos. O caso derrubou o jornalista Luiz Lanzetta, que era integrante do setor de comunicação da campanha.
(…)
Além disso, descartaram qualquer conotação política na violação. "Nós não identificamos qualquer ilação político-partidária", fez questão de frisar, em coletiva dada há uma semana, o corregedor-geral da Receita, Antonio Carlos Costa D"Avila, cujo discurso foi reforçado pelo secretário Otacílio Cartaxo. Naquele dia, aliás, eles já sabiam que o sigilo fiscal de Verônica havia sido acessado. Conforme revelou ontem o Estado, em 20 de agosto a comissão de investigação confirmou que os dados fiscais da filha de Serra foram violados em 30 de setembro de 2009.
A comissão, presidida pelo servidor Levi Lopez, inclui naquela ata de duas semanas atrás, além do nome de Verônica, a descoberta da quebra do sigilo fiscal de três pessoas que, segundo a própria investigação, são ligadas ao comando do PSDB: Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-ministro das Comunicações do governo FHC), Gregório Marin Preciado (casado com uma prima de Serra) e Ricardo Sérgio (ex-caixa de campanha do PSDB). Aqui
Voltei
Escrevi ontem um texto com variações sobre a máxima de César. E afirmei que, no segundo mandato de Lula, "a mulher de César não tem nem de ser nem de parecer honesta". Já não se trata mais de indagar apenas se Otacílio Cartaxo deve cair porque o baguncismo se instalou na Receita. O que está claro, agora, é que, além disso, ele e o corregedor concederam uma entrevista coletiva para iludir o Congresso, a Justiça, a Polícia Federal e a Justiça.
Cadê Guido Mantega, o chefe de Otacílio? Estaria ocupado produzindo novos números fantasiosos sobre a economia? Uma verdadeira quadrilha se formou na Receita não para fraudar sigilo, mas para fraudar a Constituição, que o protege. E o Minsitério Público? Vai-se interessar, finalmente, por Otacílio Cartaxo e Antonio Carlos Costa D"Avila, o corregedor-geral?
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Documento da Receita Federal obtido pelo Estado revela que a corregedoria do órgão já trabalhava desde o dia 20 de agosto com uma linha de investigação que apontava para uma violação político-eleitoral do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra, e de outros quatro tucanos.
A suspeita de violação política, porém, foi "confinada" na corregedoria, enquanto a cúpula do Fisco e integrantes do governo unificaram um discurso público em direção contrária para despolitizar o episódio e blindar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT).
Ao pedir para verificar se os dados fiscais de Verônica haviam sido violados, a comissão da corregedoria mencionou os demais tucanos alvos de quebra de sigilo e vinculou esses nomes, inclusive o da filha do candidato, a reportagens sobre o dossiê que foi parar na campanha de Dilma.
O documento tem o registro das 17h de 20 de agosto. Chamado de "ata de deliberação", o teor revela os motivos que levaram a comissão da Receita a verificar se os dados de Verônica foram violados: o polêmico dossiê.
"… E tendo em vista que emergiu dos autos acessos aos conteúdos das declarações de Imposto de Renda de outros nomes da política nacional… e ainda tendo em vista que foi noticiado pela mídia jornalística, dentre eles O Globo (reportagem anexa à presente ata), de que havia suspeição que Verônica Serra, filha de José Serra, também poderia ter sido alvo de quebra de sigilo fiscal", diz trecho do documento.
A reportagem mencionada pela comissão foi publicada em maio, cita Verônica Serra e trata da crise instalada na campanha de Dilma por causa do dossiê contra os tucanos. O caso derrubou o jornalista Luiz Lanzetta, que era integrante do setor de comunicação da campanha.
(…)
Além disso, descartaram qualquer conotação política na violação. "Nós não identificamos qualquer ilação político-partidária", fez questão de frisar, em coletiva dada há uma semana, o corregedor-geral da Receita, Antonio Carlos Costa D"Avila, cujo discurso foi reforçado pelo secretário Otacílio Cartaxo. Naquele dia, aliás, eles já sabiam que o sigilo fiscal de Verônica havia sido acessado. Conforme revelou ontem o Estado, em 20 de agosto a comissão de investigação confirmou que os dados fiscais da filha de Serra foram violados em 30 de setembro de 2009.
A comissão, presidida pelo servidor Levi Lopez, inclui naquela ata de duas semanas atrás, além do nome de Verônica, a descoberta da quebra do sigilo fiscal de três pessoas que, segundo a própria investigação, são ligadas ao comando do PSDB: Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-ministro das Comunicações do governo FHC), Gregório Marin Preciado (casado com uma prima de Serra) e Ricardo Sérgio (ex-caixa de campanha do PSDB). Aqui
Voltei
Escrevi ontem um texto com variações sobre a máxima de César. E afirmei que, no segundo mandato de Lula, "a mulher de César não tem nem de ser nem de parecer honesta". Já não se trata mais de indagar apenas se Otacílio Cartaxo deve cair porque o baguncismo se instalou na Receita. O que está claro, agora, é que, além disso, ele e o corregedor concederam uma entrevista coletiva para iludir o Congresso, a Justiça, a Polícia Federal e a Justiça.
Cadê Guido Mantega, o chefe de Otacílio? Estaria ocupado produzindo novos números fantasiosos sobre a economia? Uma verdadeira quadrilha se formou na Receita não para fraudar sigilo, mas para fraudar a Constituição, que o protege. E o Minsitério Público? Vai-se interessar, finalmente, por Otacílio Cartaxo e Antonio Carlos Costa D"Avila, o corregedor-geral?
Enviado por Gracias
08 de julho de 2012
in lilicarabina
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