Marcos Valério é, de longe, a pessoa que o PT mais odeia em todo o Sistema Solar. Muito mais do que Serra ou FHC ─ Maluf, Collor e Sarney, então, nem se fala. Valério é o operador financeiro e elo de pagamento do maior esquema de corrupção e atentado à democracia e à separação dos poderes no Brasil desde o golpe militar de 64.
Valério já ameaçou contar algumas coisas que sabe sobre Lula durante o julgamento do mensalão. Na ocasião, blefou: seu truque era tentar escapar da condenação e evitar voltar para a cadeia, onde teria sofrido “experiências traumáticas”, que alguns presos conhecem bem. Ele já afirmou, á boca pequena, que prefere morrer a ser preso novamente.
Dessa vez, Marcos Valério ligou para Roberto Gurgel, Procurador Geral da República, para contar parte do que sabe sobre Lula. Não há mais razão para blefe: as penas já foram dadas e computadas. Valério, hoje, só tem uma razão dupla para falar não para o MPF, mas para o próprio Procurador Geral.
Vendo que não foi protegido pelo partido que ajudou a não apenas colocar no poder, mas concentrar o poder no Executivo central, poderia vingar-se e, desesperadamente, conseguir proteção.
Tornando a história pública, como qualquer ameaçado sabe, manterá sua vida em maior segurança…
Fato é que ninguém desconhece que Valério sabe de algo sobre Lula, e a bem da verdade também conhecemos o que sabe: Mas, claro, é preciso ter provas (a lei é mais lenta do que a Justiça sempiterna). Dessa feita, Valério não ameaçou, e nem sinalizou que poderia ter informações: elas foram declaradas. E há razão para pedir proteção.
A primeira parte do que Valério revelou atinge diretamente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em reportagem com título absolutamente eufemismático (um verdadeiro zênite na História dos Eufemismos), o Estadão revela: Mensalão pagou despesa pessoal de Lula, diz Valério.
Para o primeiro ataque direto ao presidente de um figuração que há anos (e várias eleições) segura as informações que tem contra o Homem do Carisma™, que garante a continuidade do petismo, é mesmo um título bem levinho. O que segue na reportagem só não arrepia a alma pois, afinal, quem conhece o PT não esperaria coisa muito diferente. Segue o clipping:
A ideia, devidamente levada a cabo, foi, sim, acumular o poder nas mãos do Executivo central. Uma oclocracia em que tudo gira ao redor da quantidade de carisma eleitoral de Um Homem.
Aquele que tentou impedir a privatização da Ultrafértil, hoje avaliada pela Vale em R$ 5 bilhões, garantindo comida mais barata para todo um país continental, mas que sonha com um “Nobel da Paz” por sua “luta contra a fome” no mundo com um fracassado Fome Zero (aquele dos tributos em gorjetas em restaurantes).
Aquele que empresta seu carisma para seus cupinchas, que simplesmente “negam” até o que a PF, o MPF ou uma CPI já tenha investigado, e sua “negação” se torna notícia ─ não pela mentira, mas por amabilidade jornalística em apresentar “o outro lado” depois de uma gravação probatória.
Aquele que fala pelos cotovelos sobre qualquer tema, mas até o momento não proferiu um monossílabo sobre o Rosegate ou o destino dos mensaleiros além do recauchutado “fui traído”.
Aquele cujo braço direito recebe dinheiro do povo para pagar suas contas, e cujo companheiro de sindicância aparentemente pode ameaçar de morte um ex-aliado “traidor”, e, com essa bomba em mãos, seu “instituto” (igualmente alimentado de dinheiro público) ainda precisa conhecer o “teor” do argumento para comentar.
Possivelmente, o Instituto precisará averiguar se Valério usou a ordem correta das palavras que ouvira antes que o Instituto responda a uma imputação de ameaça de morte a mando de Lula vinda de seu diretor.
Estranho que, com tal magnitude dos fatos, ainda estejam mesmo preocupados com as despesas pessoais de Lula na primeira manchete da primeira página do jornal tido como “conservador”. Uma ameaça de morte em uma conversa que pode ter sido arquitetada por Lula é coisa que não causaria impeachment em um Nixon, um Bush, um Reagan ou mesmo um Clinton: causaria uma guerra civil. É coisa que precisa ser investigada como a mais urgente do país.
Antes que Valério pegue a mesma gripe do Celso Daniel, resta saber se a Justiça do país tomará uma coragem ineditíssima: quebrar o sigilo telefônico do Lula pode, Arnaldo?
12 de dezembro de 2012
FLÁVIO MORGENSTERN
Valério já ameaçou contar algumas coisas que sabe sobre Lula durante o julgamento do mensalão. Na ocasião, blefou: seu truque era tentar escapar da condenação e evitar voltar para a cadeia, onde teria sofrido “experiências traumáticas”, que alguns presos conhecem bem. Ele já afirmou, á boca pequena, que prefere morrer a ser preso novamente.
Dessa vez, Marcos Valério ligou para Roberto Gurgel, Procurador Geral da República, para contar parte do que sabe sobre Lula. Não há mais razão para blefe: as penas já foram dadas e computadas. Valério, hoje, só tem uma razão dupla para falar não para o MPF, mas para o próprio Procurador Geral.
Vendo que não foi protegido pelo partido que ajudou a não apenas colocar no poder, mas concentrar o poder no Executivo central, poderia vingar-se e, desesperadamente, conseguir proteção.
Tornando a história pública, como qualquer ameaçado sabe, manterá sua vida em maior segurança…
Fato é que ninguém desconhece que Valério sabe de algo sobre Lula, e a bem da verdade também conhecemos o que sabe: Mas, claro, é preciso ter provas (a lei é mais lenta do que a Justiça sempiterna). Dessa feita, Valério não ameaçou, e nem sinalizou que poderia ter informações: elas foram declaradas. E há razão para pedir proteção.
A primeira parte do que Valério revelou atinge diretamente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em reportagem com título absolutamente eufemismático (um verdadeiro zênite na História dos Eufemismos), o Estadão revela: Mensalão pagou despesa pessoal de Lula, diz Valério.
Para o primeiro ataque direto ao presidente de um figuração que há anos (e várias eleições) segura as informações que tem contra o Homem do Carisma™, que garante a continuidade do petismo, é mesmo um título bem levinho. O que segue na reportagem só não arrepia a alma pois, afinal, quem conhece o PT não esperaria coisa muito diferente. Segue o clipping:
Empresário relatou em depoimento à Procuradoria ter feito dois depósitos, em 2003, para a empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. Ele afirma ainda que Lula deu “ok” a empréstimos do PTAinda falta explicar, talvez até mesmo aos jornalistas, o que foi o mensalão. A corrupção e o roubo de dinheiro dos trabalhadores foram a parte do esquema que poderia ser julgada no Tribunal de Pequenas Causas, mesmo com o inédito montante surrupiado (e ainda querem comparar com a corrupção da oposição…).
Mensalão/Exclusivo
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse, em depoimento de 3h30 e 13 páginas, prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República, que o esquema do mensalão ajudou a bancar despesas pessoais de Lula em 2003, quando já ocupava a Presidência. O Estado teve acesso à íntegra do depoimento, dado após o empresário ter sido condenado pelo STF. Segundo ele, os recursos foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. Valério afirma ainda que o ex-presidente deu “ok”, em reunião no Planalto com a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para os empréstimos que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada. Dirceu teria dito que Delúbio, quando negociava, falava em seu nome e no de Lula. O advogado de Dirceu repudiou a acusação. Em viagem a Paris, Lula não falou. (Págs. 1 e Nacional A4 a A6)
Marcos Valério
Operador do mensalão
Dirceu o teria autorizado a pegar R$ 22 milhões para pagar
PT teria pago R$ 4 mi a defesa de empresário
No mesmo depoimento, Marcos Valério afirma que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados para defendê-lo no processo foram pagos pelo PT. Segundo ele, essa foi a única “contrapartida” por sua participação no mensalão. O julgamento do caso mostra, porém, que o esquema lhe garantiu lucro milionário. (Págs. 1 e A5)
Fiel escudeiro: O ‘faz-tudo’ de Lula
Assessor da Presidência no 1º mandato de Lula, Freud Godoy era identificado por petistas como o “faz-tudo” do ex-presidente e fiel escudeiro desde os anos 1980. Frequentava o gabinete presidencial e foi coordenador de segurança nas campanhas. (Págs. 1 e A4)
‘Ou você se comporta ou você morre’
Diretor do Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto teria ameaçado Marcos Valério de morte, caso ele “contasse o que sabia”, afirmou o empresário. Segundo Valério, Okamotto o teria procurado por ordem de Lula.“Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você”, teria dito Okamotto. A assessoria do diretor informou que ele responderá às acusações “quando souber o teor do documento”. (Págs. 1 e A6)
Repasse para campanha
Valério afirma que repassou R$ 512.337 do esquema para financiar a campanha de Humberto Costa (PT) ao governo de PE, em 2002. O senador nega. (Págs. 1 e A6)
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* Valério contou que depositou quase R$ 100 mil de uma vez na conta da empresa de Freud Godoy pouco tempo depois de Lula ter tomado posse como presidente da República pela primeira vez. O dinheiro era para pagar despesas de Lula, segundo Valério. A CPI dos Correios, ao quebrar o sigilo fiscal de uma das empresas de Valério, descobriu o depósito feito na conta de Freud – R$ 98.500,00 em 21 de março de 2003.
(grifos nossos)
A ideia, devidamente levada a cabo, foi, sim, acumular o poder nas mãos do Executivo central. Uma oclocracia em que tudo gira ao redor da quantidade de carisma eleitoral de Um Homem.
Aquele que tentou impedir a privatização da Ultrafértil, hoje avaliada pela Vale em R$ 5 bilhões, garantindo comida mais barata para todo um país continental, mas que sonha com um “Nobel da Paz” por sua “luta contra a fome” no mundo com um fracassado Fome Zero (aquele dos tributos em gorjetas em restaurantes).
Aquele que empresta seu carisma para seus cupinchas, que simplesmente “negam” até o que a PF, o MPF ou uma CPI já tenha investigado, e sua “negação” se torna notícia ─ não pela mentira, mas por amabilidade jornalística em apresentar “o outro lado” depois de uma gravação probatória.
Aquele que fala pelos cotovelos sobre qualquer tema, mas até o momento não proferiu um monossílabo sobre o Rosegate ou o destino dos mensaleiros além do recauchutado “fui traído”.
Aquele cujo braço direito recebe dinheiro do povo para pagar suas contas, e cujo companheiro de sindicância aparentemente pode ameaçar de morte um ex-aliado “traidor”, e, com essa bomba em mãos, seu “instituto” (igualmente alimentado de dinheiro público) ainda precisa conhecer o “teor” do argumento para comentar.
Possivelmente, o Instituto precisará averiguar se Valério usou a ordem correta das palavras que ouvira antes que o Instituto responda a uma imputação de ameaça de morte a mando de Lula vinda de seu diretor.
Estranho que, com tal magnitude dos fatos, ainda estejam mesmo preocupados com as despesas pessoais de Lula na primeira manchete da primeira página do jornal tido como “conservador”. Uma ameaça de morte em uma conversa que pode ter sido arquitetada por Lula é coisa que não causaria impeachment em um Nixon, um Bush, um Reagan ou mesmo um Clinton: causaria uma guerra civil. É coisa que precisa ser investigada como a mais urgente do país.
Antes que Valério pegue a mesma gripe do Celso Daniel, resta saber se a Justiça do país tomará uma coragem ineditíssima: quebrar o sigilo telefônico do Lula pode, Arnaldo?
12 de dezembro de 2012
FLÁVIO MORGENSTERN
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