Quer desenvolvimento sem investimento, inflação baixa com preços altos. Tombini e Mantega se “tombando”. O Papa renunciou, “furando” toda a mídia.
Há tempos defini o governo Dilma com a primeira frase deste título. Como estão copiando (nunca me incomodei) ou usando sinônimos parecidos, vou tentar inovar.
Digamos que a presidente adora o “sistema Braille”. Vai apalpando, tentando “sentir” o que é mais correto e produtivo. Nunca dá certo.
Não tem provocado resultados, mas ela não cai nas pesquisas. Que na verdade são feitas para serem mantidas. Pois não existe a menor explicação para ela ter subido tanto.
Pelos discursos monótonos que faz, Dona Dilma espalha que se preocupa com o social. E se conforma ou se contenta com o fato desse “social” se limitar ou não ultrapassar os 70 reais mensais. O que pode ser comprado com esse dinheiro miserável, que não tira ninguém da miséria?
Aliás, ninguém nesse vasto Planalto sabe definir o que é miséria ou que na planície pode ser comprado com 70 reais. São mais de 20 milhões de pessoas, que com essa “dinheirama”, têm que viver, existir, sobreviver. De que maneira?
Nem é necessário “maquininha” para concluir em que se pode investir esses 70 reais. O dinheiro se esvai, se dilui, se acaba comprando um pão, que não mata fome nenhuma. É o que antigamente se chamava popularmente de “pão de tostão”, e hoje está praticamente em 2 reais.
Nenhum acompanhamento, só o pão, a qualquer hora do dia.
Antigamente, os “cafés”, que não existem mais, se sofisticaram até para os mais pobres, tinham um tipo de serviço, requisitadíssimo. Era a “média com pão e manteiga”, que custava 300 réis. Naturalmente, até 1942, 1º de janeiro, decretado em 25 de novembro, quando o “mil réis” deixou de existir, surgiu então o cruzeiro, muito antes de Sarney e Mailson da Nóbrega.
Essa é uma parte da realidade desfigurada, mas existe outra, que é do aconselhamento da presidente. Hoje, quem exerce essa função não tem cargo no governo, já usou e abusou deles na ditadura. Seu nome? Antonio Delfim Netto.
Foi Ministro da Fazenda dos Generais, que detestavam o Ministro, mas adoravam sua receita. Era o que implantava como “salvação da lavoura”, e o fazia aceitável? Essa “fórmula” simples mas odiosa: “Primeiro é preciso esperar o bolo crescer, para depois dividi-lo e distribuí-lo”.
Constatem: além dos trancos e barrancos, do malabarismo contábil e do estímulo à desavença entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central, Dona Dilma é contraditória. Como ela mesma se farta de proclamar nas academias de tiro, sua pontaria é regulada para destruir a pobreza, mesmo que sua arma seja de pequeno calibre, não passe de 70 reais.
Acontece que ela ouve cegamente (daí a predileção pelo sistema Braille) o especialista-economista-manobrista, que é contra qualquer distribuição, mesmo que seja insignificante. Embora Delfim Netto seja a favor de acumular, cada vez acumular mais, Dona Dilma deveria conversar com economistas não tão contaminados e muito mais atualizados.
E não sejam tão arrogantes, presunçosos e pretensiosos quanto o ministro. Duas vezes, além de embaixador na França, durante a ditadura.
AS MILIARDÁRIAS MONTADORAS DE AUTOMÓVEIS
No setor industrial, só elas crescem desabridamente. Todas multinacionais, têm lucros monumentais, e estão sempre recebendo incentivos do governo. Dizem que é para favorecer o comprador. Acontece que cobram os preços mais altos do mundo.
O que custa 5 em qualquer país, aqui custa 10 ou 15.
Todo mês a Anfavea (a máfia das montadoras) apregoa: Produzimos 290, 280 mil carros”. E depois completam a informação:
“Licenciamos 250 mil carros”. Não estão mentindo, o engarrafamento de todo Brasil demonstra que é isso mesmo. E esses engarrafamentos diários, provocam prejuízos de bilhões e bilhões para o país.
Já exportaram até 80 mil carros por mês, agora mal passam de 30 ou 40 mil. Sem falar que apesar dos lucros suntuosos, pagam salários desprezíveis. Se não fossem os sindicatos, morreriam de fome.
TOMBINI E MANTEGA NÃO SE ACERTAM
Inflação, juros, moeda, investimento e desenvolvimento (além da falta de projeto e programa de governo) fazem o Banco Central e o Ministério da Fazenda andarem sempre na contra-mão. E o que é mais grave ou gravíssimo: percorrem uma estrada que está no mínimo 50 anos desatualizada, o que ninguém parece perceber.
E travam uma batalha pelo câmbio, que não demora se transformará em guerra nuclear. E o pior: tanto o presidente do Banco Central quanto o Ministro da Fazenda mostram publicamente suas divergências, assustando e repelindo o investidor.
CONSELHO DE SALAZAR A JUSCELINO
Depois dos dois golpes do 11 de novembro de 1955, um contra ele e outro a favor de sua posse, consolidado, JK resolveu viajar como presidente eleito e ainda não empossado. Me convidou para fazer parte do grupo, eram 3 pessoas e ele, depois 4 quando aceitei.
Disse a ele: “Presidente, é lógico que não vou recusar, mas sou jornalista que escrevo diariamente, por isso quero estar perto do senhor. Onde o senhor estiver, estará a notícia”.
Saímos daqui, no dia 10 de dezembro, íamos para Key West, onde o presidente dos EUA (Eisenhower) convalescia de um enfarte. Como os aviões não tinham muita autonomia de voo, paramos duas vezes para reabastecer. Ficamos 3 dias excelentes visitando aquelas ilhas agradabilíssimas, (estivemos duas vezes com o presidente americano) voamos para os EUA.
Paramos em Nova Iorque 3 dias, viajamos para Washington. Fomos pelo Trem dos Congressistas, que sai à meia-noite e chega na capital exatamente às 7 da manhã, viagem confortável. Não quero contar a viagem e sim o encontro com Salazar.
Fomos recebidos no dia 3 de janeiro de 1956. Em determinado momento, no belíssimo jardim do maravilhoso palácio, Salazar disse para Juscelino: “Presidente, se o senhor quer governar positivamente e até o fim do seu mandato, não altere o câmbio de maneira alguma”.
Chegaram outras pessoas, não pôde haver pergunta ou conversa. Mais tarde, voltando para o hotel, no carro, JK perguntou: “Helio, o que Salazar quis me dizer?”. Comentário do repórter: “Presidente, Salazar é um ditador, mas antes disso, foi respeitadíssimo Professor de Finanças, da Universidade de Coimbra”.
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PS – Na segunda-feira de carnaval, o Papa surpreendeu totalmente e desesperou todos os órgãos jornalísticos do mundo, anunciando sua renúncia. O fato em si é importante, o Papa é dos personagens “mais notícias”. Em 1950, quando o Papa atacou duramente Stalin, este perguntou gozadoramente: “Quantos Exércitos tem esse Papa?”. Mas sentiu o golpe.
PS2 – Agora quem sentiu o golpe foi a imprensa do mundo inteiro. Numa época em que tudo se sabe, ninguém soube de nada. Nem um rumor, uma “suspeição”, o mínimo que fosse. Sites, blogs, tuiteres, facebooks, num silêncio assustador para quem procura a notícia, ou se distrai com ela.
PS3 – E os jornalões de todos os países? Não sabiam de nada. O próprio Papa Bento XVI, pessoalmente, anunciou: “Estou renunciando, muito velho para ocupar esse cargo”. Um fato como esse não é restrito a um círculo mínimo, é indispensável enorme linha de montagem.
PS4 – Do dia 11 (a notícia) até o dia 28 (a eleição) têm que ser convocados os cardeais de todos os países (é a única oportunidade em que aparecem, a Igreja vive dos padres e dos bispos), começam as conversas. E mais importante; as negociações.
PS5 – Dois fatos em pauta e que podem desaparecer. O Vaticano (maioria?) deseja novamente um Papa da Itália. Uma minoria pretende um Papa negro. A Igreja católica não é mais unânime como aconteceu no caso do próprio Bento XVI.
PS6 – Por exigência da namorada. FHC foi domingo ao Sambódromo. Um repórter (chefão) da Globo, surpreendido, viu o ex-presidente, perguntou: “O senhor por aqui?”. E ele, sem constrangimento: “Sou carioca”. Era a primeira vez que estava lá, no Maracanã nunca foi, antes, durante ou depois da presidência.
PS7 – Enquanto FHC conversava com o repórter (chefão), passou uma ala do Salgueiro, com o refrão: “Tem gente que se julga maior do que Deus”. Senso de oportunidade.
PS8 – Explicação indispensável. A matéria de sexta-feira e a de sábado (amanhã e depois de amanhã), foram escritas no domingo. A de hoje, quinta-feira, foi produzida na segunda-feira, logo depois do anúncio da renúncia do Papa.
PS9 – Os médicos concordaram que eu devia aproveitar o Carnaval para fazer uma série enorme de exames. Não gostei, mas reconheço que tinham razão. Basta verificar os números da minha Carteira de Identidade.
Não tem provocado resultados, mas ela não cai nas pesquisas. Que na verdade são feitas para serem mantidas. Pois não existe a menor explicação para ela ter subido tanto.
Pelos discursos monótonos que faz, Dona Dilma espalha que se preocupa com o social. E se conforma ou se contenta com o fato desse “social” se limitar ou não ultrapassar os 70 reais mensais. O que pode ser comprado com esse dinheiro miserável, que não tira ninguém da miséria?
Aliás, ninguém nesse vasto Planalto sabe definir o que é miséria ou que na planície pode ser comprado com 70 reais. São mais de 20 milhões de pessoas, que com essa “dinheirama”, têm que viver, existir, sobreviver. De que maneira?
Nem é necessário “maquininha” para concluir em que se pode investir esses 70 reais. O dinheiro se esvai, se dilui, se acaba comprando um pão, que não mata fome nenhuma. É o que antigamente se chamava popularmente de “pão de tostão”, e hoje está praticamente em 2 reais.
Nenhum acompanhamento, só o pão, a qualquer hora do dia.
Antigamente, os “cafés”, que não existem mais, se sofisticaram até para os mais pobres, tinham um tipo de serviço, requisitadíssimo. Era a “média com pão e manteiga”, que custava 300 réis. Naturalmente, até 1942, 1º de janeiro, decretado em 25 de novembro, quando o “mil réis” deixou de existir, surgiu então o cruzeiro, muito antes de Sarney e Mailson da Nóbrega.
Essa é uma parte da realidade desfigurada, mas existe outra, que é do aconselhamento da presidente. Hoje, quem exerce essa função não tem cargo no governo, já usou e abusou deles na ditadura. Seu nome? Antonio Delfim Netto.
Foi Ministro da Fazenda dos Generais, que detestavam o Ministro, mas adoravam sua receita. Era o que implantava como “salvação da lavoura”, e o fazia aceitável? Essa “fórmula” simples mas odiosa: “Primeiro é preciso esperar o bolo crescer, para depois dividi-lo e distribuí-lo”.
Constatem: além dos trancos e barrancos, do malabarismo contábil e do estímulo à desavença entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central, Dona Dilma é contraditória. Como ela mesma se farta de proclamar nas academias de tiro, sua pontaria é regulada para destruir a pobreza, mesmo que sua arma seja de pequeno calibre, não passe de 70 reais.
Acontece que ela ouve cegamente (daí a predileção pelo sistema Braille) o especialista-economista-manobrista, que é contra qualquer distribuição, mesmo que seja insignificante. Embora Delfim Netto seja a favor de acumular, cada vez acumular mais, Dona Dilma deveria conversar com economistas não tão contaminados e muito mais atualizados.
E não sejam tão arrogantes, presunçosos e pretensiosos quanto o ministro. Duas vezes, além de embaixador na França, durante a ditadura.
AS MILIARDÁRIAS MONTADORAS DE AUTOMÓVEIS
No setor industrial, só elas crescem desabridamente. Todas multinacionais, têm lucros monumentais, e estão sempre recebendo incentivos do governo. Dizem que é para favorecer o comprador. Acontece que cobram os preços mais altos do mundo.
O que custa 5 em qualquer país, aqui custa 10 ou 15.
Todo mês a Anfavea (a máfia das montadoras) apregoa: Produzimos 290, 280 mil carros”. E depois completam a informação:
“Licenciamos 250 mil carros”. Não estão mentindo, o engarrafamento de todo Brasil demonstra que é isso mesmo. E esses engarrafamentos diários, provocam prejuízos de bilhões e bilhões para o país.
Já exportaram até 80 mil carros por mês, agora mal passam de 30 ou 40 mil. Sem falar que apesar dos lucros suntuosos, pagam salários desprezíveis. Se não fossem os sindicatos, morreriam de fome.
TOMBINI E MANTEGA NÃO SE ACERTAM
Inflação, juros, moeda, investimento e desenvolvimento (além da falta de projeto e programa de governo) fazem o Banco Central e o Ministério da Fazenda andarem sempre na contra-mão. E o que é mais grave ou gravíssimo: percorrem uma estrada que está no mínimo 50 anos desatualizada, o que ninguém parece perceber.
E travam uma batalha pelo câmbio, que não demora se transformará em guerra nuclear. E o pior: tanto o presidente do Banco Central quanto o Ministro da Fazenda mostram publicamente suas divergências, assustando e repelindo o investidor.
CONSELHO DE SALAZAR A JUSCELINO
Depois dos dois golpes do 11 de novembro de 1955, um contra ele e outro a favor de sua posse, consolidado, JK resolveu viajar como presidente eleito e ainda não empossado. Me convidou para fazer parte do grupo, eram 3 pessoas e ele, depois 4 quando aceitei.
Disse a ele: “Presidente, é lógico que não vou recusar, mas sou jornalista que escrevo diariamente, por isso quero estar perto do senhor. Onde o senhor estiver, estará a notícia”.
Saímos daqui, no dia 10 de dezembro, íamos para Key West, onde o presidente dos EUA (Eisenhower) convalescia de um enfarte. Como os aviões não tinham muita autonomia de voo, paramos duas vezes para reabastecer. Ficamos 3 dias excelentes visitando aquelas ilhas agradabilíssimas, (estivemos duas vezes com o presidente americano) voamos para os EUA.
Paramos em Nova Iorque 3 dias, viajamos para Washington. Fomos pelo Trem dos Congressistas, que sai à meia-noite e chega na capital exatamente às 7 da manhã, viagem confortável. Não quero contar a viagem e sim o encontro com Salazar.
Fomos recebidos no dia 3 de janeiro de 1956. Em determinado momento, no belíssimo jardim do maravilhoso palácio, Salazar disse para Juscelino: “Presidente, se o senhor quer governar positivamente e até o fim do seu mandato, não altere o câmbio de maneira alguma”.
Chegaram outras pessoas, não pôde haver pergunta ou conversa. Mais tarde, voltando para o hotel, no carro, JK perguntou: “Helio, o que Salazar quis me dizer?”. Comentário do repórter: “Presidente, Salazar é um ditador, mas antes disso, foi respeitadíssimo Professor de Finanças, da Universidade de Coimbra”.
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PS – Na segunda-feira de carnaval, o Papa surpreendeu totalmente e desesperou todos os órgãos jornalísticos do mundo, anunciando sua renúncia. O fato em si é importante, o Papa é dos personagens “mais notícias”. Em 1950, quando o Papa atacou duramente Stalin, este perguntou gozadoramente: “Quantos Exércitos tem esse Papa?”. Mas sentiu o golpe.
PS2 – Agora quem sentiu o golpe foi a imprensa do mundo inteiro. Numa época em que tudo se sabe, ninguém soube de nada. Nem um rumor, uma “suspeição”, o mínimo que fosse. Sites, blogs, tuiteres, facebooks, num silêncio assustador para quem procura a notícia, ou se distrai com ela.
PS3 – E os jornalões de todos os países? Não sabiam de nada. O próprio Papa Bento XVI, pessoalmente, anunciou: “Estou renunciando, muito velho para ocupar esse cargo”. Um fato como esse não é restrito a um círculo mínimo, é indispensável enorme linha de montagem.
PS4 – Do dia 11 (a notícia) até o dia 28 (a eleição) têm que ser convocados os cardeais de todos os países (é a única oportunidade em que aparecem, a Igreja vive dos padres e dos bispos), começam as conversas. E mais importante; as negociações.
PS5 – Dois fatos em pauta e que podem desaparecer. O Vaticano (maioria?) deseja novamente um Papa da Itália. Uma minoria pretende um Papa negro. A Igreja católica não é mais unânime como aconteceu no caso do próprio Bento XVI.
PS6 – Por exigência da namorada. FHC foi domingo ao Sambódromo. Um repórter (chefão) da Globo, surpreendido, viu o ex-presidente, perguntou: “O senhor por aqui?”. E ele, sem constrangimento: “Sou carioca”. Era a primeira vez que estava lá, no Maracanã nunca foi, antes, durante ou depois da presidência.
PS7 – Enquanto FHC conversava com o repórter (chefão), passou uma ala do Salgueiro, com o refrão: “Tem gente que se julga maior do que Deus”. Senso de oportunidade.
PS8 – Explicação indispensável. A matéria de sexta-feira e a de sábado (amanhã e depois de amanhã), foram escritas no domingo. A de hoje, quinta-feira, foi produzida na segunda-feira, logo depois do anúncio da renúncia do Papa.
PS9 – Os médicos concordaram que eu devia aproveitar o Carnaval para fazer uma série enorme de exames. Não gostei, mas reconheço que tinham razão. Basta verificar os números da minha Carteira de Identidade.
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