Entretanto, Lula não moveu uma palha para mudar o quadro, o que significa que concordou com o processo. Na verdade, há pouca diferença nos dois partidos que se revezam no poder.
O mesmo caso da Eletropaulo ocorreu com os chilenos e portugueses que compraram no leilão a CERJ (concessionária de distribuição de eletricidade que atende Niterói e Região dos Lagos) depois mudaram para Ampla, que nome feio. A Light carioca foi adquirida por uma estatal francesa (Eletricité de France) e a Enron americana.
Quando os controladores da Eletropaulo ameaçaram ir embora, um cacique do PT soprou que deveriam emprestar mais dinheiro para eles. Era a hora de dar beijinho, beijinho e tchau para os gringos, mas não foi o que aconteceu.
O ditado “quem não tem competência não se estabelece” só vale para as empresas estatais, as privadas podem dar prejuízo à vontade que os diferentes governos acionam logo o hospital das empresas privadas, cujo nome atende por BNDES, o S de social, que piada de mau gosto.
No caso da falência da Varig, ao contrário da Eletropaulo, deixaram a empresa mergulhar no abismo com seus mais de 20 mil trabalhadores, cujo efeito imediato foi o duopólio da GOL e da TAM e suas passagens caríssimas, que de tão absurdas o povão voltou a utilizar as rodoviárias, que estiveram lotadas no carnaval.
Dois pesos e duas medidas diferentes. Para a Eletropaulo, R$ 1 bilhão; para a Varig, nada. Outra coisa interessante, os controladores que faliram a empresa nunca foram identificados só quem perdeu foram os trabalhadores. É sempre assim, que sina desgraçada, mas, ocorre no mundo todo.
Os governos não fiscalizam, deixam gastar, sonegar e depois do terremoto até os fundos de pensão descobrem que foram dilapidados. Mais uma vez, os pensionistas ficam a ver navios, por falta de controle ou de controle nenhum. Que tristeza ter que escrever essas palavras, quando tudo isso poderia ser diferente.
Agora, a discussão se foi FHC ou se foi LULA é de pouca importância, a meu juízo, o que devemos cobrar é mais controle dos órgãos públicos, mais transparência e mais ação dos sindicatos na defesa dos trabalhadores, pois não basta somente lutar por aumentos salariais, a luta principal é a garantia do emprego, simplesmente isso.
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CERJ E EMBRATEL
Carlos Antonio Rocha Velasco
No Estado do Rio de Janeiro, a estatal CERJ foi privatizada com empréstimo a ser quitado a longo prazo. A Embratel, também estatal foi privatizada com empréstimo também do BNDES, a ser quitado a longo prazo, a primeira aos chilenos, a segunda aos estadunidenses, que repassaram a empresa ao mexicano Carlos Slim, proprietário da Claro.
Ambas as empresas (CERJ e Embratel) tinham quadro qualificado de profissionais brasileiros tão ou mais preparados que os estrangeiros, mas não lhes foi concedido o direito de adquirirem as empresas nas quais trabalhavam com o apoio do BNDES, nas mesmas condições de pagamento, em 360 (trezentos e sessenta) suaves prestações, com o preço real de mercado sub-avaliado, tanto a CERJ como também a Embratel.
E o povo brasileiro pagando elevadíssimos impostos para o caixa do BNDES prestar serviços ao capital estrangeiro. Por que a iniciativa privada estrangeira não procura empréstimos junto aos bancos privados, tanto nacionais e/ou estrangeiros, desonerando a carga tributária dos mais pobres?
14 de fevereiro de 2013
Roberto Nascimento
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