A situação econômica brasileira inspira cuidados, mas o governo finge que tudo está sob controle, quando não está. A dívida pública mobiliária federal, que bateu o recorde de 2,008 trilhões, é apenas um sinal de descontrole de nosso regime capimunista. O endividamento aumentou graças à emissão de títulos para pagar juros vencidos e pela capitalização dos bancos oficiais. A diminuição da carga tributária – sempre prometida – acaba comprometida pela gastança governamental (quase sempre sem qualidade).
Por isso, logo mais à tarde, o Impostômetro (www.impostometro.com.br) da Associação Comercial de São Paulo já terá alcançado a marca de R$ 200 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais pagos por todos brasileiros desde o primeiro dia do ano. Soa como piada qualquer promessa oficial de melhorar o controle do gasto corrente para viabilizar os estímulos e a retomada da produção. Para complicar ainda mais, o Banco Central do Brasil tem cada vez mais dificuldades para manter a flutuação de mentira com o dólar que insiste em ficar abaixo de R$ 2 (para desespero ainda maior dos exportadores).
Agora, a nova conversa fiada do governo gira em torno de uma eventual demora do Congresso Nacional em aprovar o Orçamento Geral da União. O papo é balela porque o orçamento no Brasil é uma farsa: aprovado ou não, o governo só costuma liberar os recursos a conta-gotas, no sistema de duodécimos (a cada mês do ano). Assim mesmo, não permite o gasto de tudo que foi planejado, porque precisa produzir as maquiagens contábeis para o tal do superavit primário.
O risco de demorar a aprovar o orçamento é uma espúria chantagem feita pela classe política (leia-se Renan Calheiros e sua turma) contra o Judiciário. Os líderes do Congresso, de forma cínica, tentam culpar o Supremo Tribunal Federal pela interpretação constitucional do ministro Luiz Fux para que a pauta de votação obedeça a uma ordem cronológica. Assim, os deputados e senadores que, por incompetência ou vagabundagem, deixaram de votar os mais de 3 mil vetos presidenciais, agora só podem votar qualquer coisa depois de apreciá-los.
Assim, enquanto os políticos têm boa vida e não trabalham como deveriam para justificar seus altos salários, na economia real, quem se dana é o cidadão. Paga cada vez mais impostos. Só consegue consumir quando apela para o crédito nada fácil, sempre a juros altos, para comprar produtos cada vez mais caros ou em promoções de mentirinha. Também é punido pela especulativa inflação, quando os preços de vários produtos sobem, sem uma justificativa econômica plausível, apenas por vontade do fabricante/vendedor. Neste cenário, para piorar, a economia não cresce como deveria, roubando oportunidades de evolução real dos cidadãos-eleitores-contribuintes.
Consolo?
Só a economia consegue ficar pior que a situação moral de Renan Calheiros – alvo de protestos nas redes sociais e por qualquer lugar onde passe.
O descontentamento público contra a figura específica de Renan tem tudo para se espalhar para toda a classe política, com repercussões institucionais jamais vistas.
Juntando problemas econômicos com confusão política, o resultado institucional pode ser igual a nada que se viu até hoje na História do Brasil, apesar da aparente passividade da massa tupiniquim.
Minha Cuba, Minha vida...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
14 de fevereiro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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