Qual a leitura da informação de que Eduardo Campos participará ao Lula ser
candidato nas eleições de 2014? Estaria preparando-se para 2018? Nesse caso,
repetiria a aventura de Ciro Gomes, que por açodamento perdeu duas disputas. Ou
estaria inspirado na aventura que deu certo, de Fernando Collor?
Tanto faz, mas a verdade é que mesmo presidindo o Partido Socialista, o governador de Pernambuco pouca ou nenhuma semelhança tem com o avô, Miguel Arraes. Como parece fora de propósito a encenação de uma disputa presidencial entre netos, já que o avô de Aécio Neves era Tancredo Neves, fica em aberto desvendar a charada envolta nesse enigma incrustado de mistério.
Porque só por milagre Eduardo Campos bateria Dilma Rousseff ou seu reserva de luxo, o próprio Lula.
É claro que em pouco menos de dois anos tudo pode mudar, ou seja, a atual presidente perder popularidade, a crise econômica entrar em campo ou o PT implodir. São hipóteses remotas, porém.
Fica a indagação: estaria pretendendo o quê, esse novo candidato a candidato? Sabe que perderá a cômoda situação de aliado do governo atual, com duas vagas no ministério e poder de influência no Congresso.
Não ignora, também, ser desconhecido fora dos limites do Nordeste.
Carece de um perfil político além da evidência de bom administrador. Seria presidente em nome do quê? Transformações sociais profundas não é o caso, nem de reformista pode ser rotulado, quanto mais de revolucionário. Aspirante a parceiro do empresariado? O lugar já se encontra ocupado. Porta-voz das massas camponesas ou operárias também não dá, outros chegaram na frente.
Numa palavra, com todo o respeito, trata-se de um personagem à procura de um autor…
O VELHO E O NOVO
A crise revelada na Igreja pela renúncia de Bento XVI pode significar a volta do confronto ostensivo de décadas atrás entre conservadores e progressistas. Estes já haviam entregue formalmente os pontos, durante o pontificado de João Paulo II. Ilude-se quem supuser o novo Papa assumindo e logo autorizando o uso da camisinha, o casamento de padres, de homossexuais, a liberação do aborto ou a abertura do sacerdócio a mulheres.
Muito menos a negação do inferno ou da existência do Capeta. Mas é por aí que o véu começa a romper-se, ainda que ninguém no Vaticano venha a admitir.
Dividiu-se o conservadorismo eclesiástico, inoculado pelo eterno e renovador germe do progresso. Não houve força nem vontade suficientes para demover Joseph Ratzinger de pedir as contas. Mantê-lo seria opção mais do que lógica para preservar as coisas como estavam e evitar o tumulto na instituição milenar, mas nem ao menos registrou-se alguma tentativa de vulto. Parece que ao seu redor esperava-se e até se estimulava a deserção, por conta da necessidade de renovação.
O presente embate, cheio de sutilezas, trava-se sob o rótulo de “o novo contra o velho”. Mais ou menos a mesma coisa do que entre conservadores e progressistas. Caso não perceba o fenômeno, o novo Papa se condenará a ser cada vez mais o bispo de Roma e menos o chefe da cristandade.
14 de fevereiro de 2013
Carlos Chagas
Tanto faz, mas a verdade é que mesmo presidindo o Partido Socialista, o governador de Pernambuco pouca ou nenhuma semelhança tem com o avô, Miguel Arraes. Como parece fora de propósito a encenação de uma disputa presidencial entre netos, já que o avô de Aécio Neves era Tancredo Neves, fica em aberto desvendar a charada envolta nesse enigma incrustado de mistério.
Porque só por milagre Eduardo Campos bateria Dilma Rousseff ou seu reserva de luxo, o próprio Lula.
É claro que em pouco menos de dois anos tudo pode mudar, ou seja, a atual presidente perder popularidade, a crise econômica entrar em campo ou o PT implodir. São hipóteses remotas, porém.
Fica a indagação: estaria pretendendo o quê, esse novo candidato a candidato? Sabe que perderá a cômoda situação de aliado do governo atual, com duas vagas no ministério e poder de influência no Congresso.
Não ignora, também, ser desconhecido fora dos limites do Nordeste.
Carece de um perfil político além da evidência de bom administrador. Seria presidente em nome do quê? Transformações sociais profundas não é o caso, nem de reformista pode ser rotulado, quanto mais de revolucionário. Aspirante a parceiro do empresariado? O lugar já se encontra ocupado. Porta-voz das massas camponesas ou operárias também não dá, outros chegaram na frente.
Numa palavra, com todo o respeito, trata-se de um personagem à procura de um autor…
O VELHO E O NOVO
A crise revelada na Igreja pela renúncia de Bento XVI pode significar a volta do confronto ostensivo de décadas atrás entre conservadores e progressistas. Estes já haviam entregue formalmente os pontos, durante o pontificado de João Paulo II. Ilude-se quem supuser o novo Papa assumindo e logo autorizando o uso da camisinha, o casamento de padres, de homossexuais, a liberação do aborto ou a abertura do sacerdócio a mulheres.
Muito menos a negação do inferno ou da existência do Capeta. Mas é por aí que o véu começa a romper-se, ainda que ninguém no Vaticano venha a admitir.
Dividiu-se o conservadorismo eclesiástico, inoculado pelo eterno e renovador germe do progresso. Não houve força nem vontade suficientes para demover Joseph Ratzinger de pedir as contas. Mantê-lo seria opção mais do que lógica para preservar as coisas como estavam e evitar o tumulto na instituição milenar, mas nem ao menos registrou-se alguma tentativa de vulto. Parece que ao seu redor esperava-se e até se estimulava a deserção, por conta da necessidade de renovação.
O presente embate, cheio de sutilezas, trava-se sob o rótulo de “o novo contra o velho”. Mais ou menos a mesma coisa do que entre conservadores e progressistas. Caso não perceba o fenômeno, o novo Papa se condenará a ser cada vez mais o bispo de Roma e menos o chefe da cristandade.
14 de fevereiro de 2013
Carlos Chagas
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